Neste sábado, a Rússia anunciou que realizou bombardeios em grande escala contra instalações energéticas e militares da Ucrânia. Os ataques foram realizados utilizando mísseis hipersônicos Kinjal. O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que essas ações são uma resposta a ataques ucranianos direcionados a “alvos civis” dentro do território russo.
Os mísseis Kinjal, que têm o nome que significa “punhal” ou “adaga” em russo, foram utilizados pela primeira vez em combate em 2022. Esses mísseis são notáveis por alcançar velocidades hipersônicas, superando cinco vezes a velocidade do som e podendo atingir alvos a mais de 1.500 km de distância. Quando objetos viajam a 1.200 km/h, produzem um fenômeno chamado estrondo sônico. Quando a velocidade ultrapassa Mach 5, considera-se que o objeto está em velocidade hipersônica.
Os modelos Kinjal são projetados para voar em altas altitudes e têm manobrabilidade superior em comparação com mísseis convencionais, o que dificulta sua interceptação. O presidente Vladimir Putin afirmou que o desenvolvimento desses armamentos representa um avanço tecnológico comparável à criação do satélite artificial Sputnik, destacado como um marco na era espacial, que ocorreu em 1957. Putin afirmou também que o alcance desses mísseis é “ilimitado”.
A Rússia tem investido significativamente no desenvolvimento de mísseis balísticos hipersônicos, assim como outras potências, como Estados Unidos, Irã e China. A corrida por essas armas é marcada pela capacidade de viajar a velocidades extraordinárias, que podem modificar a dinâmica de conflitos.
Embora armas que superam a velocidade do som não sejam uma novidade, os mísseis hipersônicos, como o Kinjal, se destacam por não seguirem uma trajetória fixa. Diferente de mísseis convencionais, que costumam seguir um caminho previsível em forma de parábola, os Kinjal podem alterar seu curso durante o voo, permitindo desviar de sistemas de defesa antiaérea, o que representa um novo desafio para as estratégias de defesa.
Alguns analistas alertam que a velocidade elevada e a capacidade de manobra das novas armas podem gerar erros no campo de batalha, potencialmente intensificando os conflitos. Contudo, há opiniões que acreditam que, apesar dos avanços, as armas hipersônicas não mudam significativamente o equilíbrio de poder entre potências como EUA, Rússia e China, já que todas dispõem de um arsenal nuclear capaz de ultrapassar defesas inimigas.