O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou, em evento do Ministério da Defesa, que não tem a intenção de entrar em um conflito militar com a Europa. Ele respondeu às acusações de que o Kremlin estaria promovendo uma “guerra híbrida”, que combina táticas militares com campanhas de desinformação e ciberataques. Segundo Putin, a preocupação da Europa é resultado de uma “histeria” crescente.
“Eles falam em se preparar para uma grande guerra, e o nível de histeria está aumentando. As declarações sobre uma ameaça russa são mentiras. Buscamos cooperação mútua com os EUA e os países europeus”, declarou ele.
No início do mês, Putin tinha elevado o tom ao afirmar que seu governo “não planeja entrar em guerra com a Europa; mas se a Europa o fizer, estaremos prontos”. Ele criticou as “propostas inaceitáveis” para o fim do conflito que já se arrasta na Ucrânia há quase quatro anos e ironizou a reação dos europeus, que se sentiram excluídos das negociações de paz.
Esse pronunciamento vem logo após a assinatura de uma declaração conjunta por países do flanco leste da União Europeia, como Suécia, Finlândia, Polônia, entre outros. Eles destacaram a importância de priorizar “imediata e urgente” a capacidade defensiva frente à ameaça russa. O documento afirma que a sensação de segurança na região mudou de forma irreversível devido à invasão da Ucrânia e às incursões de drones atribuídas a Moscou.
Desde setembro, a Europa tem registrado a presença de drones no espaço aéreo de países como Polônia, Romênia, Estônia e Bélgica, o que é visto como parte dessa “guerra híbrida”. Em novembro, em resposta a uma dessas incursões, caças da Otan foram enviados para a Romênia, reforçando a tensão na região.
Além disso, os Estados Unidos estão se preparando para implementar novas sanções contra o setor energético da Rússia, conforme informações de agências de notícias. Essa ação tem como objetivo enviar um recado ao governo russo caso haja negativa ao plano de paz proposto por Donald Trump. A Casa Branca também considera ações mais diretas, como atacar a frota de petroleiros russos.
Na terça-feira anterior, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou que um plano para encerrar a guerra, mediado pelos Estados Unidos, está quase finalizado e pode ser apresentado à Rússia em breve. Durante negociações em Berlim, foi mencionado que a maioria das questões difíceis entre Kiev e Moscou já estaria resolvida. No entanto, Putin ainda não indicou disposição para fazer concessões.