sábado, 20 de dezembro de 2025
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Mistral desafia ceticismo sobre a Europa na corrida pela IA

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[email protected] EM 20 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 19:25

Mistral Lança Devstral 2 e Revoluciona Mercado de Modelos Abertos

Nos últimos meses, o cenário da programação assistida passou por uma mudança significativa com a introdução do Devstral 2, um novo modelo da empresa europeia Mistral. Esse lançamento não apenas destaca a evolução dos modelos de código aberto desenvolvidos na Europa e nos Estados Unidos, mas também coloca a Mistral em um patamar competitivo, desafiando a forte presença dos modelos chineses.

Atualmente, modelos como DeepSeek, Kimi e Qwen dominam os testes de desempenho, especialmente no benchmark SWE-Bench Verified, que avalia a capacidade desses sistemas em resolver problemas complexos de programação. O Devstral 2 chega para intensificar essa competição, começando a se destacar entre os melhores, embora ainda não tenha superado os líderes do mercado.

Detalhes do Devstral 2

O Devstral 2 possui impressionantes 123 bilhões de parâmetros em sua versão padrão, oferecendo um contexto expandido de 256 mil tokens. Isso significa que ele consegue lidar com informações mais complexas de maneira eficiente. Além disso, a Mistral disponibiliza o modelo sob uma licença MIT modificada, facilitando sua adoção por diversos desenvolvedores. Existe também uma versão compacta, chamada Devstral Small 2, que contém 24 bilhões de parâmetros e é licenciada sob as diretrizes da Apache 2.0.

Nos testes do SWE-Bench Verified, o Devstral 2 obteve uma pontuação de 72,2%, posicionando-se como uma das opções mais avançadas do mercado. Em comparação, o DeepSeek V3.2 lidera com 73,1%, seguido pelo Kimi K2 Thinking com 71,3%. Modelos como Qwen 3 e Minimax M2 também estão próximos, com avaliação em torno de 69 pontos.

O Impacto do SWE-Bench Verified

O SWE-Bench Verified é um teste que avalia a eficácia prática dos modelos em resolver problemas reais de programação. Para isso, apresenta casos que envolvem bugs em repositórios de código aberto, exigindo que o modelo entenda o projeto, identifique as causas dos problemas e proponha soluções subjetivas. Embora seja uma métrica rigorosa, é importante notar que o teste se limita a repositórios Python e a uma seleção específica de cenários.

A Revolução nas Ferramentas de Programação

O lançamento do Devstral 2 também reflete uma mudança na forma como os desenvolvedores interagem com ferramentas de programação. As novas tecnologias não apenas oferecem sugestões em editores de código, mas também se comportam como agentes que analisam o repositório completo, interpretando sua estrutura e sugerindo alterações que se adequem ao projeto. Nesse contexto, surge o Vibe CLI, uma ferramenta que permite que o Devstral realize análises, edições e até mesmo execute comandos diretamente do terminal, integrando-se ao cotidiano dos desenvolvedores.

Custo e Adoção

O Devstral 2 será inicialmente disponível de forma gratuita e, posteriormente, terá um custo de US$ 0,40 por milhão de tokens de entrada e US$ 2 por milhão de tokens de saída. Já a versão Small 2 terá um preço reduzido. A implementação do Devstral 2 requer um mínimo de quatro GPUs da classe H100, ideais para data centers. Em contrapartida, o Devstral Small 2 pode ser executado em uma única GPU ou até mesmo apenas com CPU, possibilitando que tanto empresas quanto desenvolvedores individuais possam utilizar a tecnologia.

Conclusão

A chegada do Devstral 2 representa uma evolução importante em um mercado onde modelos chineses frequentemente dominam. Embora o novo modelo não substitua os líderes atuais, ele amplia as opções disponíveis para desenvolvedores e reforça a concorrência no setor de programação assistida. Essa mudança oferece perspectivas otimistas para a colaboração e inovação em ferramentas de software, destacando o potencial da Europa nesse campo.

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