quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
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Divisão entre EUA e Europa se aprofunda por multas a techs

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[email protected] EM 11 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 01:54

Tensões Entre EUA e Europa Aumentam com Investigações e Estratégias de Segurança

Bruxelas – As relações entre os Estados Unidos e a Europa enfrentam um novo agravamento, com a Comissão Europeia intensificando a fiscalização sobre empresas de tecnologia americanas e uma nova abordagem dos EUA em sua Estratégia de Segurança Nacional. Essas ações refletem um distanciamento crescente entre os aliados tradicionais.

Na última semana, a Comissão Europeia lançou investigações antitruste contra gigantes da tecnologia, como Google e Meta. Além disso, a plataforma X, de Elon Musk, recebeu uma multa notável de 120 milhões de euros devido a irregularidades relacionadas à Lei de Serviços Digitais. Essas medidas foram vistas como parte de um esforço da Europa para se firmar como referência em regulamentação digital.

Simultaneamente, a nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA foi divulgada, destacando uma visão pessimista sobre a Europa, que, segundo o documento, pode enfrentar um “apagamento civilizacional”. Essa afirmação gerou uma resposta intensa de líderes europeus, que consideraram a abordagem americana preocupante.

Analistas percebem que a divisão transatlântica está se aprofundando, dificultando a possibilidade de reconciliação. As tensões aumentaram especialmente com a regulamentação digital, que reflete a crescente busca da Europa por “autonomia estratégica”.

Investigação Antitruste e Críticas de Elon Musk

No dia 5 de dezembro, a Comissão Europeia multou a Tesla em 120 milhões de euros por práticas enganosas, além de penalizar a falta de transparência da empresa em relação aos seus dados. Elon Musk, dono da Tesla, não hesitou em criticar a multa, prometendo retaliações contra os responsáveis.

O governo dos EUA também se manifestou, com o secretário de Estado Marco Rubio criticando a ação da UE como um ataque às empresas americanas. Enquanto isso, Henna Virkkunen, chefe de tecnologia da UE, defendeu que a lei não se trata de censura.

A investigação sobre o Google, que começou recentemente, também levanta questões sobre a conformidade das grandes empresas de tecnologia com as normas europeias, reforçando a ideia de que a Europa está se posicionando como uma potência reguladora.

Uma Nova Estratégia de Segurança Nacional

A nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA revela um desprezo sem precedentes pela Europa. Apenas duas páginas e meia do documento de 30 páginas são dedicadas ao continente, suscitando dúvidas sobre a importância que a administração americana atribui aos seus aliados europeus.

Especialistas comentam que essa tendência pode sinalizar uma mudança nos valores que sustentavam a aliança transatlântica, evidenciando um espaço crescente para novas ideologias, como a valorização de partidos de extrema direita na Europa.

Esses anúncios fazem parte de uma narrativa mais ampla que sugere que os EUA estão se afastando de um compromisso tradicional em relação à segurança europeia, potencialmente reconfigurando as alianças em favor de uma abordagem mais centrada nos interesses americanos.

Busca Urgente por Autonomia Estratégica

Diante das novas diretrizes e das tensões comerciais, a Europa busca por autonomia estratégica se torna cada vez mais vital. A crescente retórica “América Primeiro” sobre segurança e comércio tem levado os países europeus a reforçar suas defesas e a investir em capacidades estratégicas.

Momentos de descontentamento, como as críticas do vice-presidente americano JD Vance na Conferência de Segurança de Munique, têm galvanizado os países europeus a aumentar seus orçamentos de defesa e a explorar novas formas de cooperação militar.

Um estudo do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia ressalta que as atuais tensões não são passageiras; ao contrário, são o início de uma disputa prolongada por poder e controle, exigindo que a Europa se adapte rapidamente. O documento sugere um foco na segurança econômica e na autossuficiência, pedindo aos líderes europeus que aprimorem suas capacidades de defesa e desenvolvam indústrias estratégicas para enfrentar novos desafios.

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