Eleições Presidenciais no Chile: Candidatos José Antonio Kast e Jeannette Jara se enfrentam no segundo turno
Neste fim de semana, o Chile realiza o segundo turno das eleições presidenciais, em que José Antonio Kast, candidato da ultradireita, e Jeannette Jara, representante da esquerda, disputarão a presidência. As pesquisas recentes indicam uma vantagem de mais de dez pontos para Kast em relação a Jara. Contudo, a incerteza permanece, especialmente em relação ao comportamento dos eleitores indecisos.
Kast conseguiu uma transferência significativa de votos de candidatos de direita que não avançaram no primeiro turno, recebendo apoio, por exemplo, de Johannes Kaiser e Evelyn Matthei. Outro fator de incerteza são os mais de cinco milhões de chilenos que irão votar pela primeira vez e como suas escolhas influenciarão o resultado.
No primeiro turno, Jara, ex-ministra do Trabalho, alcançou uma nova mensagem ao focar no aumento do acesso a redes de proteção social e em medidas para enfrentar questões de segurança e imigração. Ela representa uma aliança de diferentes setores da esquerda e centro-esquerda chilena.
Os candidatos buscam se conectar com eleitores centristas em um processo eleitoral marcado por grande polarização. Enquanto Jara se destaca com propostas voltadas para o bem-estar social, Kast tem um discurso focado em segurança e imigração.
Propostas de Jeannette Jara
Jeannette Jara, de 51 anos, propõe medidas econômicas voltadas à proteção das famílias mais vulneráveis. Uma de suas principais iniciativas é a criação de uma “receita vital” no valor de aproximadamente R$ 4,3 mil por mês, que será financiada progressivamente por meio de subsídios estatais a pequenas e médias empresas.
Além disso, Jara quer reduzir os preços das contas de luz e oferecer apoio econômico para a compra da casa própria para jovens de 25 a 40 anos. Entre outras propostas, está a eliminação do uso da Unidade de Fomento (UF), um índice que afeta diretamente os custos de saúde e educação, e a criação de um subsídio para emprego destinado a mulheres, jovens e idosos.
No tema da imigração, Jara sugere um registro biométrico para estrangeiros sem antecedentes criminais que estão empregados e têm laços familiares no país. Ao contrário das ideias de Kast, que incluem deportações em massa, ela defende um controle mais próximo das fronteiras com o uso de tecnologia.
Jara também planeja combater o crime organizado atacando suas fontes financeiras e está comprometida a aumentar o controle sobre as armas no país.
Propostas de José Antonio Kast
José Antonio Kast, por sua vez, baseia sua campanha em uma visão de “governo de emergência” para lidar com a crescente criminalidade no país. Ele pretende construir prisões de segurança máxima e aumentar as penas para infratores, além de propor a criação de uma força especial para recuperar áreas dominadas por crimes.
Em relação à imigração, Kast promete a deportação em massa de imigrantes em situação irregular e a implementação de um plano de controle de fronteiras rigoroso. Ao promover a ideia de que a imigração irregular deve ser considerada crime, ele posiciona sua campanha de maneira a fazer mudanças significativas nas políticas já existentes.
Kast também defende uma “austeridade” fiscal, propõe cortes de gastos de aproximadamente R$ 32,4 bilhões em um prazo de 18 meses, aumentando a pressão sobre benefícios sociais. Além disso, sugere cortes no imposto corporativo e a eliminação do imposto de renda sobre ganhos de venda de ações.
Conclusão
À medida que se aproxima o segundo turno, os candidatos tentam conquistar o voto dos indecisos e dos novos eleitores, cada um com estratégias que refletem visões de mundo muito distintas. Enquanto Kast prioriza a segurança e a economia liberal, Jara foca em políticas sociais e acesso a direitos. A decisão dos chilenos nesse domingo pode traçar um novo rumo para o país.