Em um estudo recente, o Brasil foi classificado como o sétimo país mais violento do mundo em 2025, superando até áreas em conflito armado, como Haiti, Sudão e Paquistão. Esse dado alarmante foi revelado pelo Índice de Conflitos da organização Armed Conflict Location & Event Data Project (ACLED), que categorizou o nível de violência no país como “extremo”.
A violência no Brasil é impulsionada por diversos fatores, incluindo a alta letalidade, o risco elevado de danos a civis, a ampla distribuição geográfica dos atos violentos e a presença de múltiplas facções criminosas. O estudo identificou mais de 1.200 grupos atuantes no país, colocando o Brasil em uma situação preocupante, à frente de países que enfrentam guerras civis e insurgências.
De dezembro de 2024 a novembro de 2025, o mundo presenciou 204.605 eventos violentos que resultaram em mais de 240 mil mortes. O Brasil apresentou indicadores alarmantes em relação ao risco para civis e à fragmentação de grupos criminosos. A situação se assemelha a Mianmar, que ocupa a segunda posição nesse ranking.
A lista dos dez países mais violentos inclui:
1. Palestina (conflito israelense-palestino)
2. Mianmar
3. Síria
4. México
5. Nigéria
6. Equador
7. Brasil
8. Haiti
9. Sudão
10. Paquistão
Apesar de apresentar uma redução nas taxas de homicídio, com 21,1 assassinatos por 100 mil habitantes em 2024, o Brasil ainda continua entre os países mais violentos do mundo. Essa cifra é um avanço em relação a anos anteriores, quando a taxa saltou para 30,8 homicídios. No entanto, o país registra aproximadamente 40 mil mortes violentas anuais, com uma grande parte dessas ocorrências vinculada ao crime organizado.
Em comparação, o Haiti lidera com impressionantes 62 homicídios por 100 mil habitantes, um aumento significativo em relação ao ano anterior. No Sudão, afetado por uma guerra civil, as estatísticas são complicadas e subnotificadas, ampliando a gravidade da situação. O Paquistão, por sua vez, embora tenha taxas mais baixas, enfrenta violência ligada a insurgências e conflitos fronteiriços.
Essas diferenças explicam a classificação do Brasil no ranking. Enquanto o Haiti concentra a violência em áreas urbanas específicas, o Brasil se destaca pela dispersão da violência, que ocorre em todos os 27 estados, afetando desde favelas até regiões amazônicas. Além disso, facções como o PCC e o CV fragmentam o controle territorial, tornando a situação ainda mais complexa.
O aumento da violência no país também é associado a operações policiais que resultaram em um número elevado de mortes. Um exemplo foi uma operação no Rio de Janeiro, que culminou na morte de 122 pessoas. Cidades como Fortaleza, com altas taxas de homicídios, exemplificam a realidade em que o crime organizado exerce influência significativa.
A violência gera prejuízos econômicos bilionários. Emergências de saúde pública, perda de investimentos e queda no turismo são algumas das consequências diretas. Especialistas destacam um ciclo vicioso: a fragmentação dos grupos criminosos e a impunidade contribuem para a continuidade do caos.
A situação é um sinal de alerta. Sem estratégias eficazes que integrem inteligência policial e desenvolvimento social, o Brasil pode continuar subindo nesse ranking problemático. Em comparação com outros países da América Latina, que apresentam uma média de 20,2 homicídios por 100 mil habitantes, o Brasil é um destaque indesejável.
Portanto, a urgência por soluções é clara. É necessário investir em mecanismos de combate ao crime organizado e em políticas que promovam a redução das desigualdades sociais. Somente assim será possível evitar que em 2026 o cenário se torne ainda mais desolador.