sexta-feira, 19 de dezembro de 2025
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Europa pode afrouxar regras para carros a combustão como EUA

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[email protected] EM 17 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 04:54

Autoridades da União Europeia apresentaram uma nova proposta que revisa uma proibição planejada para a produção de veículos movidos a gasolina e diesel até 2035. Essa mudança ocorre em resposta à pressão da indústria automobilística europeia, que enfrenta desafios como a queda nas vendas na China, o crescimento do setor elétrico, lucros em declínio e perda de empregos.

Em vez de exigir que os fabricantes produzam apenas carros com zero emissões de carbono a partir de 2035, a nova proposta sugere que as emissões de carbono sejam reduzidas em 90% até essa data. Se a proposta for aprovada, veículos híbridos e automóveis com motor de combustão interna poderão continuar a ser fabricados após 2035.

A Alemanha, sob a liderança do chanceler Friedrich Merz, está promovendo essa flexibilização nas regras. Outros países, como Itália, Polônia, República Tcheca, Hungria, Eslováquia e Bulgária, também estão pressionando por alterações nas regulamentações. Em contrapartida, países como Espanha e França apoiam a proibição atual.

Caso a revisão avance, a proposta precisará ser aprovada pelos 27 Estados membros da União Europeia e pelo Parlamento Europeu. Especialistas do setor, como Matthias Schmidt, ressaltam que montadoras de luxo como Porsche, Mercedes-Benz e BMW podem ser as mais beneficiadas pela flexibilização das regras, já que enfrentam dificuldades na transição para veículos elétricos e ainda não conseguiram aumentar o valor agregado de seus modelos elétricos.

Além disso, a Comissão Europeia está buscando montar um plano abrangente que inclui compensações ambientais, como o uso de aço de baixo carbono e a promoção de biocombustíveis. Eles também planejam reduzir a burocracia, o que poderia economizar à indústria automobilística até 706 milhões de euros por ano.

Essa revisão de regulamentações está inserida em um contexto mais amplo de preocupação com a competitividade da indústria automotiva europeia. Diante de pressões externas, especialmente de montadoras chinesas, a Comissão Europeia tem mostrado uma intenção de suavizar diversas regulamentações ambientais. Recentemente, também foram propostas alterações que reduzem exigências quanto à divulgação de impactos sociais e ambientais.

Os desafios enfrentados pela indústria automobilística da Europa, como tarifas elevadas dos Estados Unidos e a forte concorrência das montadoras chinesas, têm gerado uma preocupação crescente com a viabilidade do setor. Autoridades da União Europeia reconhecem que cerca de 70% do emprego na indústria automobilística alemã está atrelado às exportações, o que torna a situação ainda mais crítica.

Criticamente, muitos especialistas e ativistas alertam que uma maior flexibilização das regras pode ser um retrocesso nos objetivos de combate à mudança climática, especialmente considerando que o setor de transporte é responsável por uma parte significativa das emissões de gases de efeito estufa na Europa. Há uma crescente pressão para que a indústria automobilística se adapte às novas tecnologias e ao desejo do público por uma mobilidade mais sustentável.

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