O governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, apresentou novas propostas a representantes da Europa com o objetivo de planejar a recuperação econômica da Ucrânia e a reintegração da Rússia na economia global após o fim do conflito. As informações foram divulgadas por veículos de comunicação norte-americanos recentemente.
Nos últimos dias, o governo Trump compartilhou uma série de propostas resumidas, gerando tensões nas negociações entre os Estados Unidos e a Europa. Entre os planos, destacam-se investimentos dos EUA na produção de petróleo na região do Ártico, na exploração de metais raros e no restabelecimento do fornecimento de recursos energéticos da Rússia para a Europa e outros mercados.
De acordo com esses planos, o processo de reconstrução da Ucrânia ficaria sob a responsabilidade de empresas americanas, que seriam financiadas com cerca de 200 bilhões de dólares provenientes de ativos russos que estão congelados. Negociadores norte-americanos argumentaram que o plano europeu de utilizar esses ativos rapidademente esgotaria os recursos disponíveis, ao passo que a estratégia dos Estados Unidos visa preservar e expandir esses ativos.
A reação de autoridades europeias às propostas variou. Alguns críticos compararam os planos ao projeto de Trump de transformar a Faixa de Gaza em um destino turístico no Oriente Médio após o conflito. Outros mencionaram que as propostas de cooperação energética entre Rússia e Estados Unidos lembravam acordos feitos durante a Conferência de Yalta, realizada em 1945, que buscava a reorganização do mundo pós-Segunda Guerra Mundial.
Desde novembro, os EUA têm trabalhado em uma nova proposta de paz para a Ucrânia. No dia 2 de dezembro, o presidente russo Vladimir Putin recebeu em Moscou o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, e Jared Kushner, que é genro de Donald Trump. A visita visava discutir essa proposta de paz.
Desde o início da operação militar russa na Ucrânia em 2022, a União Europeia e os países do G7, que incluem Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, congelaram aproximadamente metade das reservas cambiais da Rússia, totalizando cerca de 300 bilhões de euros. Cerca de 200 bilhões de euros desse montante permanecem em contas europeias, principalmente na Euroclear, uma instituição financeira sediada na Bélgica.
O Kremlin, por sua vez, tem afirmado repetidamente que qualquer tentativa de confiscar os bens russos é considerada uma violação do direito internacional e um ato de roubo.