Transformação de Faróis em Refúgios Exclusivos na Europa
Em diversas partes da Europa, faróis que antes serviam apenas como guias para navegadores estão passando por uma transformação significativa. Estruturas antigas e em deterioração estão sendo restauradas e convertidas em refúgios privados, atraindo viajantes que buscam tranquilidade, belas paisagens e experiências diferenciadas, longe das opções convencionais de hospedagem.
O projeto é liderado por Tim Wittenbecher, um ex-executivo do setor de jogos que decidiu mudar de carreira. Ele e sua esposa, a arquiteta Heike, encontraram um anúncio antigo sobre a venda de um farol no Mar Báltico. Após a compra e restauração do imóvel, ele foi inaugurado em 2008 e rapidamente se tornou um sucesso, atraindo muitos visitantes.
A partir dessa experiência, Wittenbecher fundou a Floatel, uma empresa que já possui sete propriedades, incluindo faróis na Alemanha, Espanha e Itália. Entre suas inovações, destaca-se a conversão de um guindaste no porto de Hamburgo em um hotel suspenso, que oferece uma vista privilegiada da famosa Elbphilharmonie.
O diferencial da Floatel é a manutenção da essência das estruturas originais. Embora os faróis tenham passado por adaptações para garantir conforto moderno, muitos elementos industriais foram preservados. Esta proposta tem se mostrado viável, com concessões governamentais de longo prazo em alguns países, como Espanha e Itália, permitindo que o governo mantenha o acesso às luzes de navegação.
Um dos projetos mais ambiciosos de Wittenbecher ocorre na lagoa de Veneza, onde uma antiga plataforma sustentada por estacas de carvalho está sendo transformada em uma suíte privativa de 220 metros quadrados. A ideia é que essa nova acomodação seja acessada por barco, oferecendo serviços de apoio e até entregas por drone. A Floatel está em negociações com redes de luxo para posicionar este espaço como uma das opções mais exclusivas da cidade, criando uma espécie de “ilha particular” com um farol.
A expansão dos refúgios continua, com novas unidades planejadas para o norte da Espanha e faróis italianos já assegurados por concessões. Wittenbecher ressalta que a empresa não tem intenção de crescer de forma desmedida e pretende limitar o portfólio a cerca de doze propriedades. A meta é desenvolver cada refúgio com calma e atenção, mantendo a proposta de transformar estes marcos históricos em experiências únicas de isolamento e apreciação da arquitetura.