No dia 23 de dezembro, o governo dos Estados Unidos anunciou novas restrições na liberação de vistos. A administração de Donald Trump decidiu negar vistos para cinco cidadãos europeus, que são conhecidos por seu trabalho como ativistas contra o ódio e a desinformação. Dentre eles, destaca-se Thierry Breton, ex-comissário da União Europeia.
A decisão provocou reações imediatas da União Europeia, assim como da França e da Alemanha. Esses países condenaram a medida e afirmaram que responderão de forma “rápida” e decisiva às “ações injustificadas” dos Estados Unidos. Um porta-voz da Comissão Europeia sublinhou a importância da liberdade de expressão, ressaltando que esse é um direito fundamental na Europa e um valor compartilhado com os Estados Unidos.
As autoridades americanas alegam que Thierry Breton estaria tentando censurar a liberdade de expressão ou atacar grandes empresas de tecnologia dos EUA. Essa situação pode agravar uma relação já tensa entre os Estados Unidos e os países da Europa. Recentemente, a Segurança Nacional dos EUA mencionou que a Europa enfrenta um “apagamento civilizacional”, indicando que é crucial que o continente reavalie sua posição para manter a aliança com os Estados Unidos.
Além de Breton, outros ativistas afetados pela decisão incluem Imran Ahmed, diretor-executivo do Centro de Combate ao Ódio Digital no Reino Unido; Anna-Lena von Hodenberg e Josephine Ballon, da organização alemã HateAid; e Claire Melford, cofundadora do Índice Global de Desinformação. A restrição visa não apenas impactar a atuação destes indivíduos, mas também refletir uma mudança nas relações entre as potências.
Entre os envolvidos nessa questão, destaca-se o empresário Elon Musk, que possui uma relação próxima com Donald Trump. Musk já teve desavenças com Thierry Breton, especialmente em relação à Lei de Serviços Digitais da União Europeia e a uma multa de aproximadamente 120 milhões de euros aplicada ao Twitter (plataforma agora conhecida como X) por violar normas sobre conteúdo online.
Essa nova restrição de vistos levanta questões sobre o equilíbrio entre segurança, liberdade de expressão e as tensões geopolíticas atuais. O desdobramento dessa situação pode influenciar não apenas a atuação dos mencionados ativistas, mas também o futuro das relações entre os Estados Unidos e a Europa.