A Ucrânia enfrenta uma ameaça contínua da Rússia, conforme alerta Anders Fogh Rasmussen, ex-secretário-geral da NATO. Ele enfatizou que, sem um aumento significativo da pressão da Europa sobre Moscou, o país pode entrar em uma “guerra eterna”. Segundo Rasmussen, são necessárias ações imediatas, como o estabelecimento de um escudo aéreo na Europa e a presença de tropas europeias dentro da Ucrânia, para proteger a nação de ataques russos.
Rasmussen, que também foi primeiro-ministro da Dinamarca, destacou a importância de uma defesa sólida para a Ucrânia. Ele sugeriu que países vizinhos, como a Polônia, hospedem sistemas de defesa aérea e alertou que um ataque à Ucrânia seria tratado como uma agressão contra toda a aliança da NATO. “Precisamos ajudar os ucranianos a se protegerem contra mísseis e drones russos”, afirmou, enfatizando a urgência da situação.
Entre as medidas propostas, Rasmussen sugeriu a criação de uma força de proteção europeia para a Ucrânia, mesmo antes de um acordo de cessar-fogo. Ele criticou a atitude atual da coalizão internacional, que considerou uma “coalizão de espera”, defendendo que a mudança de estratégia é crucial. De acordo com ele, a postura do presidente russo, Vladimir Putin, não favorece as negociações de paz.
Além disso, o ex-líder da NATO propôs que os ativos financeiros russos congelados sejam utilizados para financiar armas e a reconstrução da Ucrânia. Ele mencionou um montante de 150 bilhões de euros que poderia ser empregado para garantir empréstimos destinados à compra de equipamentos militares, argumentando que essa estratégia poderia aumentar a pressão sobre o Kremlin para que iniciasse diálogos de paz.
Atualmente, Rasmussen está em uma série de visitas a capitais europeias, buscando apoio para suas propostas. Recentemente, ele se encontrou com o conselheiro de segurança nacional do Reino Unido, Jonathan Powell, para discutir formas de garantir segurança para a Ucrânia, semelhante às garantias oferecidas ao Qatar. Ele acredita que estas garantias poderiam auxiliar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, em um possível acordo de paz que envolvesse concessões territoriais.
Diante do cenário atual, é fundamental que a Europa adote uma resposta unificada para evitar uma intensificação do conflito e assegurar a segurança da Ucrânia. A falta de ações decisivas pode levar a uma guerra prolongada e desgastante, com implicações indesejadas para a estabilidade da região.