A União Europeia está se preparando para lançar uma nova categoria de veículos elétricos compactos, chamada “E car” (carro elétrico). Essa iniciativa tem como objetivo tornar os veículos elétricos mais acessíveis, com requisitos técnicos mais flexíveis do que os atuais veículos elétricos de tamanho normal. Assim, a expectativa é que a proposta ajude os fabricantes europeus a reduzir os custos de produção e a competir melhor com os carros elétricos chineses.
Em breve, a Comissão Europeia, órgão executivo do bloco, apresentará uma proposta preliminar para a nova classe de veículos. As especificações da nova categoria vão incluir medidas de tamanho, peso e cilindrada do motor. Os países-membros da União Europeia também devem discutir a criação de um mecanismo de isenção de impostos para esses veículos, o que pode estimular ainda mais a sua produção.
Atualmente, os veículos elétricos na União Europeia devem ser equipados com sistemas de segurança mais avançados, como dispositivos para detectar sonolência do motorista, sistemas de assistência para manter o carro na faixa e alertas para paradas bruscas. Esses requisitos, embora importantes para a segurança, elevam consideravelmente os custos de fabricação. Com a nova categoria, as montadoras poderão produzir carros menos complexos e, consequentemente, mais baratos. Espera-se que o valor de venda desses veículos diminua entre 10% e 20%, com preços variando de 15 mil a 20 mil euros, o que equivale a aproximadamente 17.500 a 23.200 dólares.
Atualmente, a União Europeia aplica taxas de importação que podem chegar a 45,3% sobre os veículos elétricos fabricados na China. Com a introdução da nova categoria, as montadoras europeias, como a Volkswagen, a Stellantis e a Renault, poderão competir em condições melhores, especialmente no que diz respeito ao preço.
Recentes pesquisas mostram que as montadoras chinesas estão ganhando espaço no mercado europeu. No terceiro trimestre deste ano, a participação de mercado das marcas chinesas ultrapassou 7%, dobrando em relação ao ano anterior. No segmento de veículos elétricos, esse número subiu para 12%, com a empresa BYD liderando as vendas.
Além disso, os incentivos, como subsídios para o desenvolvimento e créditos fiscais para a nova categoria de carros elétricos, provavelmente estarão condicionados à produção dentro da União Europeia. Isso significa que apenas a BYD, que possui uma fábrica na Hungria, poderá se beneficiar dessas vantagens.
O modelo japonês de veículos ultracompactos, conhecidos como kei cars, também pode influenciar a nova classificação na Europa. Esses carros representam uma fatia significativa do mercado japonês, com 35% dos novos carros vendidos em 2024. Embora a União Europeia tenha criticado essas normas no Japão, a nova classificação poderá facilitar a exportação de modelos japoneses para a Europa sem a necessidade de ajustes técnicos.
Além disso, o interesse por carros compactos está crescendo nos Estados Unidos. Recentemente, o presidente americano anunciou que pediu ao secretário de Transportes a aprovação para a produção de “carros minúsculos”, o que pode criar novas oportunidades para os modelos japoneses atuarem no mercado americano.