Ucrânia Defende Paz Real em Reunião com a OSCE
Na quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, afirmou que o país busca uma “paz real, não apaziguamento” em relação à Rússia. Essa declaração foi feita durante uma reunião do Conselho Ministerial da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), um organismo de segurança e direitos que busca um papel na reconstrução da Ucrânia após o conflito atual.
O futuro das negociações de paz permanece incerto. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou na quarta-feira sobre o andamento das conversas entre ele e o presidente russo, Vladimir Putin, descrevendo-as como “razoavelmente boas”. No entanto, Sybiha enfatizou que a memória de acordos históricos injustos, como o de Munique em 1938, não deve ser esquecida. Naquela ocasião, potências europeias permitiram que Hitler anexasse a região dos Sudetos da então Tchecoslováquia, o que se tornou um exemplo de como evitar confrontos com regimes agressivos pode levar a consequências desastrosas.
Sybiha destacou que “a Europa teve muitos acordos de paz injustos no passado”, ressaltando que esses acordos frequentemente resultaram em novas crises. Ele expressou gratidão aos Estados Unidos pelo seu apoio em buscar a paz e garantiu que a Ucrânia aproveitará todas as oportunidades disponíveis para tentar encerrar a guerra.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, também se manifestou na quarta-feira, informando que sua equipe está se preparando para reuniões com autoridades dos Estados Unidos e que o diálogo com os representantes de Trump seguirá em frente.
A OSCE consiste em 57 nações, incluindo os EUA, Canadá, Rússia e diversas nações da Europa e da Ásia Central, e tem sido um espaço importante para o diálogo entre o Ocidente e o Oriente desde a Guerra Fria. Nos últimos anos, no entanto, a organização enfrentou dificuldades, com a Rússia frequentemente bloqueando decisões críticas e alegando que a agenda da OSCE está dominada por interesses ocidentais. Recentemente, a Rússia criticou o que chamou de “total ucranização da agenda” da organização.
Diante disso, os Estados Unidos estão considerando se retirar da OSCE, demandando reformas que incluem uma redução superior a 10% no orçamento. O funcionário sênior do Departamento de Estado dos EUA, Brendan Hanrahan, destacou a necessidade de a OSCE retornar às suas funções principais, citando como exemplo a supervisão de eleições, onde a organização tem denunciado práticas não justas. Segundo ele, “o monitoramento, seja de fronteiras, eleições ou reformas, só pode ser eficaz com a completa cooperação dos Estados envolvidos”.