O audiovisual brasileiro teve um destaque significativo em 2025, marcando um ano de força e diversidade nas produções. No cinema, o êxito foi evidente com várias conquistas em festivais renomados como o Oscar, Cannes e Berlim. Na televisão e no streaming, essa força se manifestou através de uma variedade de séries que conquistaram tanto o público quanto a crítica.
Séries como “Máscaras de Oxigênio Não Cairão Automaticamente” e “Pssica” se destacaram por seus temas variados, enquanto “Pablo e Luisão” trouxe uma comédia leve e “Os Donos do Jogo” atraiu a atenção por sua fórmula de blockbuster. Esses sucessos nacionais conseguiram competir com produções internacionais, que também receberam reconhecimento, como “Pluribus” e “The Pitt”, esta última levando prêmios do Emmy.
Apesar dos avanços, há incertezas no setor audiovisual. A Câmara dos Deputados aprovou a regulamentação do streaming, mas a reação em relação à eficácia da nova lei é mista. O projeto exige que plataformas como a Netflix paguem taxas e tenham cotas para produções brasileiras. Algumas vozes, como a do ator Wagner Moura, questionam se a proposta é forte o suficiente para assegurar investimentos robustos, alertando para possíveis desafios em relação à qualidade das produções.
A expectativa é que essa regulamentação melhore as condições de trabalho na indústria e atraia mais investimentos. Um exemplo disso é a novela “Vale Tudo”, que se destacou durante os 60 anos da Globo, gerando discussões animadas sobre a trama, especialmente após a morte da personagem Odete Roitman.
Outras produções também chamaram a atenção, como “Beleza Fatal”, da HBO Max, que trouxe a personagem Lola, interpretada por Camila Pitanga, que se tornou um ícone da cultura pop. A trama provocou uma reação tão positiva que uma segunda temporada já está em produção. No Globoplay, “Guerreiros do Sol” estreou com alto padrão de produção, destacando a capacidade brasileira em oferecer conteúdo de qualidade.
O fenômeno das micronovelas tem ganhado força, com produções mais curtas, criadas para consumo em dispositivos móveis, atraindo uma nova audiência. A Globo respondeu a essa tendência com projetos como “Tudo por uma Segunda Chance” e “Cinderela e o Segredo do Pobre Milionário”, buscando atender a um público que adora histórias leves.
Ainda assim, há uma demanda clara por narrativas mais dramáticas e complexas. Séries como “Tremembé” e “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” foram bem recebidas, abordando temas de crimes e sua exploração na sociedade. No cenário internacional, séries como “Round 6” e “Stranger Things” também se destacaram, mantendo a audiência engajada em narrativas de suspense e ação.
A tecnologia também se tornou uma aliada nas produções. A inteligência artificial esteve presente nas edições de diversas novelas, como na Globo, onde foram utilizados recursos para modificar expressões faciais em personagens. O SBT também se destacou por usar IA, recriando a imagem do seu fundador, Silvio Santos, falecido recentemente.
Mudanças também ocorreram na programação de telejornais, como a saída de William Bonner do Jornal Nacional, após quase três décadas, levando a uma reestruturação na equipe de jornalismo da Globo.
Por fim, o ano foi marcado pela perda de importantes figuras da televisão brasileira, como os atores Francisco Cuoco e Berta Loran, que deixaram um legado significativo na dramaturgia nacional. Essas mudanças e sucessos refletem um momento dinâmico e inconstante no audiovisual do país, que continua a evoluir e a se adaptar às novas demandas do público.