O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na segunda-feira, dia 8, que chegou a um acordo com o presidente da China, Xi Jinping, para permitir que a empresa Nvidia exporte semicondutores avançados de inteligência artificial para a China. Essa decisão representa uma mudança importante na política de exportação dos Estados Unidos, que havia sido bastante restritiva sob o governo anterior de Joe Biden, devido a preocupações de segurança nacional e o uso militar dos chips pela China.
Em sua rede social, Truth Social, Trump informou que comunicou a Xi que a Nvidia poderia enviar suas unidades de processamento gráfico (GPU) H200 para “clientes aprovados na China e em outros países, com condições que garantam uma sólida segurança nacional”. Ele também mencionou que os Estados Unidos receberão 25% do valor dessas transações, embora não tenha dado mais detalhes sobre como isso funcionaria.
Trump criticou a abordagem do governo Biden, afirmando que a administração anterior obrigava empresas a gastarem grandes somas para desenvolver produtos menos potentes, que não eram desejáveis no mercado. Ele se referiu a um requisito que forçava as empresas de microprocessadores a criar versões modificadas de chips para o mercado chinês, que apresentavam capacidades reduzidas, como velocidades de processamento mais baixas.
De acordo com Trump, sua decisão visa apoiar o emprego nos Estados Unidos, fortalecer a indústria manufatureira e beneficiar os contribuintes. No entanto, ele enfatizou que os chips mais avançados da Nvidia, como a série Blackwell e os futuros processadores Rubin, permanecerão disponíveis apenas para clientes americanos e não estão incluídos no acordo atual.
Antes, as exportações dos GPUs H200 e de outros chips avançados para a China estavam bloqueadas por restrições estabelecidas durante a administração Biden. O lançamento do H200 estava previsto para o segundo trimestre de 2024, mas agora está aproximadamente 18 meses atrasado em relação a outros produtos da Nvidia.
Essas unidades de processamento gráfico são essenciais para treinar modelos de inteligência artificial, que impulsionaram a revolução da IA generativa, iniciada com o lançamento do ChatGPT em 2022. O Departamento de Comércio dos Estados Unidos está em fase final de implementação do acordo, e Trump indicou que a mesma abordagem será aplicada a outras grandes empresas americanas, como AMD e Intel.
Esse anúncio ocorre em um contexto de tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, países que competem pelo domínio na área de tecnologia de inteligência artificial. O CEO da Nvidia, Jensen Huang, tem pressionado a Casa Branca para reverter a política anterior, apesar da resistência significativa em Washington em permitir que empresas chinesas tenham acesso a semicondutores.