Na terça-feira, dia 9, a Rússia rejeitou as alegações de diversos países da União Europeia, que afirmam que o presidente Vladimir Putin está tentando trazer de volta a União Soviética e planeja invadir nações membros da OTAN. O porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, classificou essas afirmações como “absurdas”, em uma coletiva de imprensa.
Essas preocupações surgem em um momento delicado, em meio a negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, está engajado nas conversas para buscar uma solução para o conflito que afeta seu país desde fevereiro de 2022.
Recentemente, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou suas críticas a Zelensky, dizendo que estava “desapontado” com ele por ainda não ter lido uma proposta de paz elaborada pelos EUA. Durante uma aparição pública, Trump ressaltou que equipes americanas têm conversado com representantes tanto da Rússia quanto da Ucrânia.
Há algumas semanas, Washington apresentou uma proposta para tentar pôr fim ao conflito. No entanto, as discussões entre autoridades americanas e ucranianas não mostraram progresso nos últimos dias. O governo de Zelensky afirmou que pretende continuar as negociações em busca de uma “paz verdadeira”.
As autoridades ucranianas se reuniram com enviados americanos, incluindo o especialista Steve Witkoff, que se encontrará novamente com Putin em Moscou na próxima semana. A proposta dos EUA inclui concessões territoriais da Ucrânia e uma redução significativa das suas forças armadas, pontos que têm gerado forte resistência por parte do governo ucraniano e também de autoridades europeias.
A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, afirmou que a paz na Ucrânia deve ser negociada com a participação de europeus e ucranianos. Enquanto isso, o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, criticou a proposta americana, classificando-a como um ato de “capitulação”.
As tensões aumentaram ainda mais após um dos ataques russos mais letais dos últimos meses, que resultou na morte de 26 pessoas, incluindo três crianças, em Ternopil, na Ucrânia. Este ataque ocorreu no mesmo dia em que a proposta dos EUA foi divulgada.
Além das negociações de paz, a Rússia atualmente controla cerca de 20% do território ucraniano, e os diálogos entre os dois lados têm se restringido, até o momento, a acordos sobre a devolução de corpos de soldados e prisioneiros de guerra. As dificuldades nas negociações permanecem um tema central, enquanto a situação na Ucrânia continua a se deteriorar com os ataques e a instabilidade política.