Os contratos futuros de petróleo fecharam a quinta-feira (4) em alta. Isso ocorreu enquanto investidores acompanham de perto os desdobramentos das negociações para encerrar o conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
O petróleo WTI, com vencimento em janeiro, subiu 1,22%, chegando a US$ 59,67 por barril. Por sua vez, o petróleo Brent, com vencimento em fevereiro, teve um aumento de 0,94%, alcançando o valor de US$ 63,26 por barril.
Na quarta-feira (3), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, participou de uma reunião que durou mais de cinco horas com representantes dos Estados Unidos. Ele classificou as conversas como “necessárias” e “úteis”, mas também alertou para o “trabalho difícil” em torno da proposta de cessar-fogo, devido a algumas condições “inaceitáveis” do ponto de vista do Kremlin.
Esses comentários foram feitos antes de um encontro realizado na quinta-feira entre o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, e Jared Kushner, genro do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, com o negociador principal da Ucrânia, Rustem Umerov.
Embora ainda pareça distante um acordo entre as partes, analistas da Ritterbusch acreditam que os preços do petróleo podem continuar a subir nos próximos dias. Essa expectativa está ligada à “possibilidade de novos ataques com drones contra refinarias, oleodutos e navios-tanque da Rússia”.
A consultoria ressalta que a guerra pode se prolongar até o próximo ano, criando um cenário em que os preços do petróleo precisam incluir um “prêmio de risco” para compensar os potenciais aumentos na oferta.
Da mesma forma, a corretora Kpler aponta que a situação no Leste Europeu pode afetar o apetite ao risco do mercado. Se os ataques persistirem, os navios-tanque que operam no Mar Negro deverão cobrar fretes mais altos, especialmente porque as rotas alternativas à Rússia tiveram um aumento significativo nas taxas, impulsionado pelo crescimento da produção de petróleo no Oriente Médio.
Além disso, em meio às pressões de Trump para reduzir as vendas de petróleo da Rússia, Putin iniciou uma visita à Índia nesta quinta-feira. Ele deve se reunir com o primeiro-ministro Narendra Modi, onde oferecerá petróleo a preços baixos e armamentos, como forma de fortalecer laços históricos entre os dois países.