O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, anunciou no último domingo (14) que o país está disposto a abandonar sua meta de se juntar à OTAN, a Organização do Tratado do Atlântico Norte. Essa decisão é vista como uma maneira de avançar nas negociações de paz com a Rússia.
Essa mudança representa um importante compromisso por parte da Ucrânia, que desde 2019 já tinha a adesão à OTAN incluída em sua Constituição. A entrada no bloco militar era considerada uma forma crucial de garantir segurança na disputa contra a agressão russa.
Zelenskiy explicou que, em vez de se unir à aliança, buscará garantias de segurança diretamente com os Estados Unidos, a Europa e outros aliados, como Canadá e Japão. “Desde o início, o desejo da Ucrânia era entrar na OTAN, que representa garantias reais de segurança. No entanto, alguns parceiros dos EUA e da Europa não apoiaram essa direção”, afirmou o presidente.
Ele destacou que o país agora espera obter garantias bilaterais de segurança que tenham efeitos semelhantes ao Artigo 5 da OTAN, que estipula a defesa coletiva dos membros. Para Zelenskiy, esse tipo de acordo é fundamental para evitar novas invasões russas e essas garantias devem ser “legalmente vinculantes”.
A declaração de Zelenskiy ocorre em um momento crucial, com reuniões programadas em Berlim, onde representantes dos EUA e aliados europeus discutirão um plano de paz que possui 20 pontos. A Rússia tem insistido que a Ucrânia renuncie oficialmente a suas aspirações de se juntar à OTAN e mantenha um status neutro.
Além disso, Zelenskiy defendeu a possibilidade de um cessar-fogo com base nas atuais linhas de frente da guerra, que considera uma “opção justa”. O presidente também acusou a Rússia de tentar prolongar o conflito, afirmando que os ataques russos buscam causar o maior dano possível ao povo ucraniano.