Mudanças Climáticas Ameaçam Água e Energia na Ásia
As mudanças climáticas estão afetando gravemente os sistemas de água e energia na Ásia, colocando milhões de pessoas em risco. Segundo estimativas do Banco Asiático de Desenvolvimento, os países da região precisarão investir cerca de US$ 4 trilhões em água e saneamento entre 2025 e 2040. Atualmente, os governos conseguem cobrir apenas 40% desse valor, o que gera preocupação em relação à capacidade de enfrentamento dos desafios impostos pelas condições climáticas.
Desastres naturais, como enchentes, secas e tempestades, estão se tornando mais frequentes e intensos. Esses eventos não só degradam os ecossistemas, mas também comprometem o abastecimento de água e energia, essenciais para a vida na região.
O setor de energia enfrenta desafios semelhantes. Um estudo do Asia Investor Group on Climate Change e do MSCI Institute revelou que fenômenos como calor extremo, inundações e escassez de água já custam aproximadamente US$ 6,3 bilhões por ano às empresas de energia asiáticas. Este valor pode aumentar para mais de US$ 8,4 bilhões até 2050, caso não sejam tomadas medidas eficazes. A região é responsável por 60% da capacidade global de geração de energia, mas ainda depende fortemente do carvão, o que torna sua infraestrutura mais vulnerável a eventos climáticos adversos.
Além disso, muitas empresas no setor energético estão apenas começando a se adaptar às mudanças climáticas e carecem de planos concretos para mitigar riscos. Usinas na Índia, Indonésia e Malásia estão entre as mais afetadas por ondas de calor e inundações. O recuo no fluxo de grandes rios e a elevação do nível do mar representam novos perigos, especialmente para cidades costeiras.
Embora o rápido crescimento econômico da Ásia ofereça uma oportunidade para reconstruir de maneira mais resiliente, o déficit em investimentos permanece uma barreira significativa. Embora o setor de energia tenha mais facilidade em atrair novos investimentos, isto pode ocorrer com menos exigências em relação a questões ambientais.
A situação demanda atenção urgente, pois a falta de ação pode agravar ainda mais os efeitos das mudanças climáticas na vida de milhões de pessoas na região.