quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
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Moradores da China adotam hábitos funerários inusitados

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[email protected] EM 10 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 13:24

Caixões suspensos em falésias no sul da China, ligados a lendas do povo Bo, estão no centro de um estudo genético recente. A pesquisa, publicada na revista Nature Communications, analisou o DNA de 11 indivíduos enterrados em quatro locais diferentes. Além disso, os pesquisadores compararam esses dados com quatro genomas de ancestrais encontrados na Tailândia e 30 indivíduos vivos do grupo Bo.

Os resultados mostram que as pessoas enterradas em caixões suspensos são diretamente ancestrais das comunidades Bo que ainda habitam o sudoeste da China. O estudo também revela que essas populações têm conexões com grupos que viveram entre 4.000 e 4.500 anos atrás nas áreas costeiras da China e do Sudeste Asiático durante o período Neolítico.

Os pesquisadores destacam que essa descoberta mostra uma continuidade cultural e genética que transcende as fronteiras nacionais atuais. O costume dos caixões suspensos envolvia a escultura de caixas de madeira, que eram fixadas em penhascos com estacas ou encaixes, uma prática com forte simbolismo para essas comunidades.

A pesquisa se baseou em três décadas de documentação de centenas de sítios relacionados a esse ritual funerário. Esse costume foi interrompido há cerca de 600 anos, durante a dinastia Ming, mas era comum em várias regiões, incluindo partes da China, Tailândia, Laos, Vietnã e Taiwan.

A origem mais antiga dessa prática conhecida data de pelo menos 3.400 anos, na região montanhosa de Wuyi, em Fujian. Na Tailândia, caixões de troncos partidos eram colocados em cavernas e nas rochas, o que sugere uma tradição funerária compartilhada entre diferentes culturas da região.

Atualmente, milhares de descendentes do povo Bo vivem na província de Yunnan, na China. Os pesquisadores também observam que o povo Bo estaria ligado a uma antiga ramificação dos falantes da família linguística Tai-Kadai, que precedeu a expansão dos Han por volta do século I a.C. Assim, estima-se que cerca de 600 anos após o fim do costume dos caixões suspensos, o povo Bo permanece como descendente direto daqueles que praticaram essa tradição.

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