sexta-feira, 05 de dezembro de 2025
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Montadoras estrangeiras: estratégias para ter sucesso na China

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[email protected] EM 4 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 22:56

A recente temporada de resultados financeiros tem mostrado dificuldades para as montadoras chinesas, refletindo mudanças significativas no mercado automotivo. Durante a pandemia, as montadoras estrangeiras enfrentaram grandes desafios, levando muitas a repensar suas operações na China, que se tornou uma base de exportação em vez de um mercado principal.

Estas empresas, especialmente as americanas General Motors (GM), Ford e Stellantis, conseguiram evitar uma saída total do mercado chinês por meio de transformação estratégica. No entanto, as vendas da Ford na China caíram drasticamente: de 1,27 milhão de unidades em 2016, para aproximadamente 180 mil no ano passado, representando uma diminuição de 85%. A GM, que possui marcas conhecidas como Chevrolet e Cadillac, enfrentou uma queda semelhante. A Fiat Chrysler, agora parte da Stellantis, abandonou sua parceria na fabricação de veículos Jeep há três anos.

Apesar das dificuldades, as montadoras ocidentais estão observando sinais positivos, especialmente nas vendas internacionais. A GM e a Ford registraram crescimento nas vendas fora da China, após um período de reestruturação. A GM, por exemplo, anunciou uma reestruturação em dezembro passado, resultando na redução de custos e um aumento significativo na rentabilidade, com lucros em todos os trimestres deste ano. A Ford, por sua vez, viu um lucro de US$ 900 milhões no ano passado e um aumento de 60% nas vendas internacionais, atingindo 170 mil unidades em 2024.

Essas montadoras dependem de parcerias com fabricantes locais para viabilizar suas operações e exportações. Consultores do setor alertam que dividir os lucros com parceiros locais pode ser arriscado e levar a um enfraquecimento das marcas ocidentais, um cenário já vivido anteriormente.

Além das montadoras americanas, a Tesla e a Lexus da Toyota são as únicas marcas que conseguem operar de forma diferente no mercado chinês. As demais companhias tiveram que colaborar com empresas locais. Embora agora tenham a autorização de abrir fábricas totalmente próprias, essa alternativa se mostra menos atraente.

As montadoras locais chinesas estão rapidamente dominando tanto o mercado de veículos elétricos quanto o de carros convencionais. A previsão é que, até 2030, elas controlem 76% do mercado, uma grande evolução em relação aos 43% registrados em 2021. Outras montadoras, como as francesas, se retiraram completamente do mercado chinês, enquanto as sul-coreanas enfrentam vendas bem reduzidas.

A necessidade de adaptação e aprendizado junto a parceiros locais pode ser uma estratégia, mas competir diretamente no complexo e exigente mercado automotivo da China é crucial. Com a demanda começando a desacelerar e possíveis cortes nos subsídios do governo em 2026, o foco estará nas exportações.

Entender a dinâmica do mercado chinês e manter uma presença forte será vital para as montadoras estrangeiras se diferenciarem de suas concorrentes locais, especialmente no cenário global.

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