Aumento nas Tarifas de Importação Impacta Produtos Estrangeiros no México
O Congresso mexicano aprovou na quarta-feira, 10 de dezembro, um aumento de pelo menos 35% nas tarifas de importação de 1.463 produtos de 12 países com os quais não possui acordos comerciais. Entre os países afetados estão o Brasil e a China, este último sendo o mais impactado. As novas tarifas devem começar a valer em 1º de janeiro de 2026.
O Senado aprovou a proposta na noite de quarta-feira, depois que a Câmara dos Deputados já havia dado seu aval nas horas anteriores. O partido da presidente Claudia Sheinbaum, que defende o aumento como uma medida necessária para fortalecer a produção nacional, controla as duas casas legislativas. Na votação do Senado, 76 senadores foram a favor, 5 contra e 35 se abstiveram.
Além de Brasil e China, outros países como Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia, Turquia e Taiwan também estão incluídos na nova regulamentação. Os produtos afetados abrangem diversos setores, incluindo automotivo, têxtil, vestuário, plásticos, eletrodomésticos e calçados.
A China, que exportou cerca de 130 bilhões de dólares em produtos para o México em 2024, expressou descontentamento com o aumento das tarifas. O governo chinês havia criticado a proposta assim que foi anunciada em setembro. Um grupo de 35 senadores se absteve de votar, alegando que a medida foi elaborada rapidamente, sem uma análise adequada de seus possíveis impactos na inflação.
Os legisladores do partido governista, por sua vez, afirmaram que a reforma visa fortalecer a indústria mexicana, promover a criação de empregos e melhorar as cadeias de suprimentos no país. A proposta de aumento de tarifas foi apresentada em um momento de crescente pressão comercial dos Estados Unidos, especialmente por parte do ex-presidente Donald Trump, que acusou o México de ser uma rota para produtos chineses destinados ao mercado americano.
Neste contexto, o México, junto com o Canadá, está se preparando para renegociar o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (USMCA) com os EUA, enfrentando novas exigências da administração americana.
A presidente Sheinbaum refutou as críticas, dizendo que a medida faz parte do chamado “Plano México”, uma iniciativa que visa fortalecer o mercado interno, reduzir a dependência de importações e aumentar a produção nacional. Após o anúncio das novas tarifas, a China declarou que se oporia a qualquer tipo de pressão para restringir suas exportações e indicou que está considerando possíveis medidas retaliatórias.
O governo mexicano também sugeriu a criação de um “grupo de trabalho” para dialogar com a China sobre essa questão, embora poucos detalhes sobre o assunto tenham sido divulgados até o momento.