A nova Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos, divulgada recentemente, está gerando diferentes reações entre os líderes europeus, com preocupações sobre o futuro da relação transatlântica. O documento reflete uma mudança na postura americana, que pode afetar o apoio à União Europeia (UE) e favorecer partidos de extrema direita na Europa. As opiniões sobre essa estratégia variam de surpresa a cautela, além de ajustes nas políticas.
No Reino Unido, o primeiro-ministro Keir Starmer reafirmou a importância da relação histórica com os Estados Unidos, que é muitas vezes chamada de “relação especial”, surgida ainda no tempo de Winston Churchill. Embora Starmer tenha enfrentado provocações e críticas da administração Trump, ele optou por não se envolver em confrontos diretos, buscando manter um diálogo aberto e produtivo entre Londres e Washington.
Na Alemanha, o chanceler Friedrich Merz avaliou a nova estratégia como um sinal de mudança na relação bilateral. Ele classificou alguns pontos do documento como inaceitáveis, mas pediu moderação e a importância de continuar cooperando com os Estados Unidos. Merz enfatizou que a União Europeia ainda precisa da segurança proporcionada pelos EUA e, por isso, é essencial evitar um choque direto.
Em Roma, a primeira-ministra Giorgia Meloni tenta equilibrar seu relacionamento com os EUA. Ela tem se mostrado menos crítica em relação à Casa Branca, reforçando que a Itália mantém laços fortes com os Estados Unidos. No entanto, Meloni também ressaltou que a Europa precisa se preparar para se defender sozinha. O Ministério da Defesa italiano defende um fortalecimento da cooperação entre os países europeus.
Embora a política italiana busque evitar rupturas, Meloni continua a apoiar o auxílio à Ucrânia e reafirma seu alinhamento com a Comissão Europeia, mesmo mantendo alguma simpatia por Trump. Durante sua agenda em Roma, ela se encontrou com o presidente da Ucrânia, o que chamou a atenção, especialmente após sua ausência em uma cúpula com outros líderes europeus.
Outros países, como Polônia, Hungria e França, também estão reavaliando suas posições. A maioria deles expressou a necessidade de manter prioridades estratégicas e uma coordenação eficaz entre aliados. De maneira geral, as lideranças europeias percebem uma crescente assimetria de poder nas relações com os Estados Unidos, o que ressalta a importância de um foco renovado na segurança e na autonomia europeia.