A gripe é uma infecção respiratória que ocorre de forma sazonal em todo o mundo. Recentemente, um subtipo do vírus Influenza, conhecido como H3N2, tem se destacado, especialmente na Europa e na Ásia, gerando uma preocupação crescente nos órgãos de saúde, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Desde agosto, o subtipo H3N2, também chamado de gripe K, começou a dominar o cenário de infecções respiratórias, resultando em um aumento significativo de casos. No Reino Unido, a alta nos registros de gripe levou um dos diretores de saúde pública a recomendar novamente o uso de máscaras em locais públicos. Essa variante já é responsável por cerca de 43% das infecções gripais no Sudeste Asiático.
Um relatório da OMS revelou que o Brasil apresenta um dos maiores índices de casos de influenza A (H3N2) nas Américas, com mais de 30% de resultados positivos entre as pessoas com sintomas gripais. A OMS acredita que as mutações em uma das proteínas do vírus, chamada hemaglutinina, podem ter aumentado sua capacidade de infecção. Entretanto, a entidade tranquiliza a população, afirmando que não houve alterações na gravidade da doença em si.
Apesar disso, um aumento considerável no número de casos pode sobrecarregar os sistemas de saúde, que já enfrentam desafios nas épocas de maior demanda. A OMS alerta que a gripe pode impactar significativamente esses sistemas, mesmo em países com clima temperado. Embora a eficácia da vacina contra esta cepa ainda esteja sendo avaliada, a vacinação continua sendo fundamental para prevenir doenças graves.
A gripe K na Europa está antecipando a tradicional alta de infecções, que normalmente ocorre no início do ano, coincidente com o inverno e celebrações de fim de ano. De maio a novembro, quase metade das infecções sequenciadas foi identificada como essa nova variante. Na Ásia Oriental, embora tenha havido um aumento inicial de casos, as infecções parecem estar diminuindo.
Nas Américas, o número de casos permanecia geralmente baixo no Sul, mas tanto o Brasil quanto o Chile notaram uma elevação nos casos de gripe H3N2. Já na América do Norte, houve um aumento abrangente do subtipo K, com indicações de que essa tendência pode persistir. A gripe K também se tornou predominante na África, especialmente na África do Sul, e na península arábica, levando à preocupação sobre a globalização do surto.
A OMS enfatiza que, embora a maioria das pessoas se recupere em cerca de uma semana, a gripe pode levar a complicações graves, principalmente em grupos vulneráveis, como crianças pequenas, idosos, gestantes e pessoas com doenças preexistentes. A entidade recomenda a continuidade da vigilância e da vacinação anual para proteger a população, especialmente os grupos de risco. Além disso, sugere que medidas de higiene, como o uso de máscaras e o isolamento voluntário, podem ajudar a reduzir a disseminação do vírus.