quinta-feira, 04 de dezembro de 2025
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FIEMG pede aplicação de antidumping para poliéster chinês

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[email protected] EM 2 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 20:23

A Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG) está pedindo a aplicação imediata do direito antidumping sobre as importações de malhas de poliéster provenientes da China. Segundo o presidente da entidade, Flávio Roscoe, já há comprovações técnicas de que a China está praticando dumping no Brasil. O dumping ocorre quando produtos são vendidos a preços significativamente inferiores ao seu valor de mercado para ganhar participação em um mercado e eliminar a concorrência local.

Roscoe explica que, embora a venda a preço reduzido possa inicialmente parecer vantajosa para os consumidores brasileiros, essa prática pode resultar em dificuldades a longo prazo. Uma vez que a concorrência local tiver sido eliminada, os preços tendem a subir. Ele destaca que a China vende malhas de poliéster a um preço médio de US$ 7,20 para o resto do mundo, enquanto no Brasil esses produtos podem ser encontrados por apenas US$ 2,20. Isso representa uma diferença de US$ 5, o que prejudica drasticamente a indústria brasileira, que não consegue competir a esse preço.

A industria nacional poderia vender suas malhas entre US$ 2,70 e US$ 2,80, mas enfrenta dificuldades devido aos preços muito baixos das importações. Sem a proteção contra a concorrência desleal, a produção brasileira desse segmento pode ser devastada, com o risco de que, uma vez eliminada a concorrência, os preços para os consumidores brasileiros aumentem.

Além disso, Roscoe menciona que o processo de análise do pedido de antidumping no Ministério do Desenvolvimento já deveria ter sido finalizado, mas foi adiado duas vezes. Ele acredita que essa demora é resultado da pressão exercida por importadores e entidades do varejo que se opõem à medida. “Estão pressionando porque não querem que seus negócios sejam afetados pelo aumento de competitividade dos produtos nacionais”, comentou.

A FIEMG enfatiza que o antidumping é uma ferramenta prevista por regras internacionais e visa assegurar condições de concorrência justa, não apenas proteger o mercado local. Roscoe finaliza dizendo que a prática de dumping é uma forma de comércio desleal que deve ser combatida para preservar a cadeia têxtil brasileira.

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