Entre agosto e novembro de 2025, o Brasil registrou um expressivo aumento de 28,6% nas exportações para a China. Esse crescimento ajudou a compensar a queda de 25,1% nas vendas para os Estados Unidos, que foi impulsionada pelo aumento das tarifas impostas pelo governo americano.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) por meio do Indicador de Comércio Exterior (Icomex). O levantamento mostra que, enquanto as remessas físicas para a China aumentaram 30% nesse período, as exportações para os Estados Unidos apresentaram uma diminuição de 23,5%.
A China se mantém como o principal parceiro comercial do Brasil, recebendo cerca de 30% do total das exportações brasileiras, superando os Estados Unidos. Esse cenário foi crucial para reduzir os impactos negativos das tarifas americanas nas vendas externas do país.
O relatório do Ibre/FGV sugere que a administração de Donald Trump subestimou a capacidade do Brasil de reagir às pressões comerciais. A partir da implementação das tarifas, o comércio exterior brasileiro enfrentou quatro meses consecutivos de queda em relação aos EUA. Por outro lado, as exportações para a China cresceram em um momento em que as vendas para os americanos estavam em declínio.
Lia Valls, pesquisadora associada da FGV, destacou que a principal razão para o aumento das exportações para a China foi o envio de soja, que teve grande movimentação no segundo semestre. Ela ressaltou que, enquanto as vendas para os Estados Unidos caíam, as exportações para a China se fortaleciam, o que beneficiou o desempenho geral das exportações brasileiras.
Como resultado desse efeito compensatório, o valor total das exportações brasileiras entre janeiro e novembro de 2025 subiu 4,3% em comparação ao mesmo período de 2024, apesar das tensões comerciais com os Estados Unidos.
O aumento tarifário de Donald Trump, que começou em agosto de 2025, elevou as taxas de importação, com sobretaxas de até 50% em alguns produtos. Essa medida teve repercussões significativas nas dinâmicas comerciais entre os países.