segunda-feira, 01 de dezembro de 2025
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Europa retira investimentos em petroleiras russas para evitar sanções

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[email protected] EM 1 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 05:31

A Sérvia está enfrentando um momento de tensão em sua geopolitica, tentando equilibrar suas relações comerciais e políticas com a União Europeia (UE), os Estados Unidos, a Rússia e a China. Um dos principais pontos de preocupação é a refinaria de Pancevo, a única do país, que pode ser forçada a fechar devido à falta de uma licença dos EUA que permita sua operação.

Esta refinaria é controlada pela NIS, que por sua vez é majoritariamente vinculada à gigante de energia russa Gazprom. Sem a autorização americana, o fechamento da refinaria poderá resultar em dificuldades no abastecimento de gasolina e diesel para uma parte significativa da população sérvia. Atualmente, o governo está trabalhando para vender sua participação russa na empresa, a fim de evitar sanções internacionais.

Na última segunda-feira, o presidente Aleksandar Vucic anunciou que a licença necessária ainda não havia sido recebida, e que o fechamento está previsto para esta terça-feira. Essa situação coloca pressão adicional sobre o governo de Belgrado para acelerar o processo de desinvestimento no capital russo.

Vucic declarou que essa decisão é crucial para garantir o fornecimento de combustíveis e para diminuir a dependência do capital russo. O governo está em conversações com empresas húngaras e dos Emirados Árabes para vender a parte controlada pela Gazprom. Caso a venda não ocorra, o Estado sérvio tem a opção de adquirir as ações russas, que representam mais de 56% da refinaria. O governo sérvio possui quase 30% das ações, enquanto o restante está nas mãos de pequenos acionistas.

O governo húngaro já se manifestou, oferecendo apoio a Belgrado ao aumentar suas exportações de petróleo e produtos derivados. A Hungria também está interessada em garantir seu próprio abastecimento e já obteve exceções de sanções dos EUA.

Essa pressão internacional não é apenas uma questão para a Sérvia. Em outros países da região, como a Bulgária e a Romênia, companhias como Lukoil e Petrotel estão lidando com cenários semelhantes, com interessados na possível compra de ativos russos.

Especialistas apontam que a Sérvia enfrenta uma escolha difícil: como manter laços comerciais com a UE e, ao mesmo tempo, não prejudicar o fornecimento de gás vindo da Rússia, que é crucial, especialmente após a implementação do projeto Turkstream. A crescente pressão internacional está ressaltando a necessidade de reformas econômicas e de segurança em relação aos ativos do país.

Analistas observam que essa situação pode ter impacto no debate interno sobre a adesão da Sérvia à UE, além de seus compromissos em relação a padrões democráticos. Apesar das sanções americanas, a relação com Moscou continua sendo estratégica para o governo de Belgrado.

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