quinta-feira, 25 de dezembro de 2025
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Europa condena novos assentamentos de Israel na Cisjordânia

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[email protected] EM 25 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 22:53

Doze países europeus, junto com Canadá e Japão, expressaram seu descontentamento em relação à decisão de Israel de aprovar 19 novos assentamentos judaicos na Cisjordânia. Essa medida, anunciada no início do mês, foi considerada um obstáculo às perspectivas de paz e segurança na região.

Em um comunicado, os países afirmaram que ações unilaterais, como o aumento das políticas de assentamento na Cisjordânia, não apenas violam o direito internacional, mas também aumentam a instabilidade na área. O governo israelense legalizou os assentamentos no dia 11 de dezembro, de acordo com uma fonte ligada ao assunto. Bezalel Smotrich, o ministro das Finanças de Israel, que é associado a grupos de colonos, comunicou a medida em suas redes sociais.

Esses assentamentos incluem dois que tinham sido desocupados sob o plano de desengajamento de 2005. A aprovação ocorre em um contexto de violência crescente entre colonos israelenses e palestinos. De acordo com os doze países mencionados, que incluem Bélgica, França, Alemanha e Reino Unido, o compromisso com uma solução de dois Estados, onde Israel e um futuro Estado palestino coexistam em paz, permanece firme.

Em resposta, o ministro das Relações Exteriores de Israel rejeitou o comunicado internacional, defendendo o direito do povo judeu de estabelecer uma pátria na região, que seria parte da antiga “Palestina Mandatária”. Ele também afirmou que governos estrangeiros não podem limitar os direitos dos judeus de viverem na Terra de Israel.

A Cisjordânia, que fica entre Israel e Jordânia, é uma região ocupada por Israel desde 1967 e possui uma população de mais de 3,3 milhões de palestinos. Nos últimos anos, a posição dos líderes israelenses tem se tornado mais contrária à criação de um Estado palestino, mesmo diante dos apelos internacionais por negociações de paz.

O ministro Bezalel Smotrich fez declarações sobre o avanço dos assentamentos, afirmando que o governo israelense está impedindo a formação de um “Estado terrorista palestino” e continuará desenvolvendo áreas históricas que considera sua herança.

Em relação aos assentamentos, a legislação internacional considera sua construção como ilegal. Muitas vezes, os colonos estabelecem postos avançados com a intenção de, futuramente, legalizar construções. A maioria dos novos assentamentos está localizada no interior da Cisjordânia.

Em maio, Israel anunciou um plano para criar 22 novos assentamentos, o que foi classificado como a maior ampliação em mais de 30 anos. O governo atual, com uma orientação mais à direita, tem promovido uma aceleração na expansão de assentamentos desde o início de 2023.

Além das expansões, Israel realizou operações militares e demolições de casas palestinas, levando a uma situação de deslocamento forçado. A ONU e autoridades palestinas alertam que essas ações constituem um risco significativo para os direitos humanos.

O número de ataques de colonos contra palestinos aumentou neste ano, especialmente durante a colheita de azeitonas, em outubro e novembro. Registros de vídeos mostram colonos, muitas vezes mascarados e armados, atacando palestinos e ativistas que demonstram solidariedade a eles.

Relatórios da ONU indicaram que, em outubro, colonos israelenses realizaram pelo menos 264 ataques, o que representa um pico desde que o órgão começou a monitorar esses incidentes em 2006. Esses ataques afetaram negativamente a colheita de azeitonas, e a ONU pediu a Israel, como potência ocupante, que impeça novas agressões.

A ONU também destacou que o não enfrentamento a esses ataques fere o direito internacional, enfatizando que os palestinos devem ser defendidos e que os responsáveis devem ser punidos.

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