A incorporadora imobiliária China Vanke conseguiu evitar a inadimplência nesta segunda-feira, após seu credores aprovaram a extensão do prazo de carência de um título que estava prestes a vencer. Em reunião, os detentores do título decidiram prorrogar por 30 dias úteis, o que proporciona à empresa um tempo extra para buscar novos financiamentos ou fazer renegociações.
Com essa decisão, a Vanke tem agora até o dia 28 de janeiro para quitar um título no valor de 2 bilhões de yuans, equivalente a aproximadamente 284 milhões de dólares. Antes dessa nova prorrogação, a empresa já havia recebido uma proposta que visava estender o pagamento do principal do título por um ano, mas essa sugestão não foi aceita pelos credores, que concordaram apenas em receber os juros até a última segunda-feira.
Em um comunicado, a Vanke ressaltou que, mesmo com o novo prazo, a prioridade continuará sendo o pagamento do título em questão, em detrimento de outros títulos que têm vencimentos mais distantes. No mesmo dia, a empresa também se reuniu com detentores de um título maior, de 3,7 bilhões de yuans, que vence em 28 de dezembro, para tentar obter uma prorrogação similar.
Apesar da extensão do prazo de carência, as preocupações sobre a capacidade da Vanke em honrar suas dívidas permanecem. A crise de fluxo de caixa enfrentada pela incorporadora, que tem o Shenzhen Metro Group como seu principal acionista, aumentou a incerteza entre investidores que esperavam apoio do governo para uma das maiores empresas do setor imobiliário chinês.
As ações da Vanke tiveram um leve aumento em suas negociações na China continental na segunda-feira, antes do anúncio, enquanto suas ações em Hong Kong apresentaram queda. Essa situação se insere em um cenário mais amplo de retração no mercado imobiliário da China, que tem sido impactado pela política das “três linhas vermelhas” implementada em 2020, destinada a limitar o endividamento e a especulação no setor. Apesar de tentativas do governo para aliviar a crise, como reduções nas taxas de juros de financiamentos imobiliários e a permissão para que governos locais adquiram imóveis não vendidos, os efeitos ainda são visíveis.
Recentemente, as vendas de imóveis residenciais novos na China apresentaram uma queda significativa de 28% em novembro em comparação ao mesmo mês do ano anterior, conforme dados oficiais divulgados. Essa situação reflete a dificuldade que o setor enfrenta em se recuperar, enquanto o governo tenta implementar medidas para estabilizar a economia.