O embaixador André Corrêa Lago, presidente da Conferência das Partes (COP), destacou a urgência de ações efetivas para enfrentar a crise climática. Ele afirmou que é fundamental que a COP se transforme em um espaço de ação e que a ciência apoia essas iniciativas. Segundo ele, não faz mais sentido continuar criando compromissos que acabam não sendo cumpridos. A meta deve ser mudar imediatamente o rumo das emissões, reduzindo a produção de gases de efeito estufa e protegendo os biomas que ajudam na absorção de carbono.
Quando questionado sobre qual ação seria a mais importante para reverter os danos ambientais já causados, Lago afirmou que a transformação dos sistemas alimentares é a prioridade. Ele explicou que a forma como produzimos alimentos é responsável por diversas questões ambientais, incluindo a expansão agrícola em florestas, o alto consumo de água doce e a emissão de gases de efeito estufa. De acordo com suas informações, cerca de 30% das emissões vêm do metano gerado pelo gado, do óxido nitroso proveniente dos fertilizantes e do dióxido de carbono resultante do uso de diesel e de práticas de manejo inadequadas nas terras. Melhorar o sistema alimentar, segundo o embaixador, seria uma forma significativa de ajudar a restaurar os limites planetários.
Lago também falou sobre o que seria um “prato sustentável”. Ele sugere que a metade da ingestão diária de um indivíduo deve ser composta por frutas, vegetais e castanhas. A outra metade pode ser dividida entre grãos integrais, como milho, trigo e arroz não refinados, além de pequenas porções de carnes, como carne vermelha, peixe, carne branca, laticínios ou ovos. Para consumidores em países como a Europa e o Brasil, isso implica uma redução no consumo de carne vermelha, ao invés de sua eliminação total, o que também poderia resultar em benefícios para a saúde de todos.
O embaixador incentivou a reflexão sobre a relação entre alimentação, saúde e meio ambiente, enfatizando a necessidade de mudanças que beneficiem tanto a população quanto o planeta. Ele deixou claro que a adoção de um estilo de vida mais sustentável é possível e necessária para garantir um futuro mais equilibrado.