terça-feira, 02 de dezembro de 2025
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China prioriza questões comerciais na COP30 Amazônia

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[email protected] EM 2 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 05:53

No pavilhão da China na COP30, realizada em Belém, uma grande aglomeração é notada. O espaço se destaca não apenas pelo tamanho, mas pela movimentação constante de pessoas, atraídas por brindes, como brinquedos de pandas, e eventos com representantes das principais empresas de energia renovável do país. A expectativa era que a China tivesse um papel central na conferência, mas suas ações nas negociações foram consideradas tímidas por observadores.

Com a ausência dos Estados Unidos na cúpula, surgiram oportunidades para novos líderes no diálogo sobre meio ambiente, e a China, maior emissora de gases de efeito estufa do mundo, passou a ser o foco. Ao mesmo tempo, o país se destaca na expansão de energias renováveis e veículos elétricos. Especialistas comentaram que, ao ritmo atual, a velocidade da transição energética na China é impressionante. Seria possível, por exemplo, construir em poucos meses toda a capacidade instalada de energia solar e eólica que o Brasil possui. No entanto, nas salas de negociação, sua postura foi mais comedida.

Antes da conferência, líderes climáticos de países que assinam o Acordo de Paris estiveram em Hainan, na China, para preparações. As expectativas eram altas sobre a participação da China na COP30, mas, após o evento, ficou evidente que o país concentrou seus esforços em temas estratégicos, especialmente comerciais, devido a tarifas e restrições que afetam suas exportações de equipamentos de energia renovável.

Os observadores notaram que a China adotou uma postura reservada em relação ao financiamento climático. Apesar de ser uma potência econômica que investe bilhões na transição energética, o país argumenta que, como um país em desenvolvimento, não tem condições de assumir compromissos financeiros além dos já existentes. Isso gerou debates sobre a necessidade de sua maior contribuição, considerando suas capacidades econômicas.

A China também foi criticada por não avançar em compromissos mais ambiciosos para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e acelerar a transição energética. Especialistas afirmam que, apesar de seu progresso interno e capacidade de oferecer tecnologias limpas a outros países, seu compromisso na COP não corresponde a suas capacidades.

No que diz respeito a questões energéticas, a postura da China foi discreta, especialmente sob a influência de países produtores de petróleo. Além disso, apesar da sintonia diplomática em Belém, a China não se juntou à iniciativa brasileira de contribuir para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre.

Embora a China tenha sido um aliado político importante durante a conferência, especialista observam que há um descompasso entre seu papel na transição energética e sua atitude nas negociações climáticas. Esse comportamento é atribuído a diversas razões, incluindo considerações políticas e econômicas.

A China se encontra em uma fase de transição, buscando se tornar um líder na tecnologia de energias renováveis, mas ainda enfrenta desafios econômicos e de governança que a impedem de ocupar completamente o espaço deixado pelos EUA.

Apesar de não ter se destacado na conferência, a China consolidou sua posição em um cenário internacional fragmentado, reforçando o multilateralismo. A expectativa entre especialistas é que sua liderança na transição energética cresça nos próximos anos, levando o país a assumir um papel mais proeminente em futuras conferências.

Enquanto isso, a dinâmica entre a evolução industrial e econômica da China e suas posições de negociação deve se alinhar de forma gradual, apontando para um envolvimento mais ativo nas discussões climáticas no futuro.

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