As tensões entre Japão e China aumentaram após declarações da nova primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, sobre Taiwan. Em 7 de novembro, durante uma sessão no parlamento, Takaichi afirmou que um ataque à ilha poderia levar a uma resposta militar japonesa. Essa posição provocou uma imediata reação do governo chinês, que desaconselhou seus cidadãos a viajar para o Japão.
Como consequência dessa declaração, as ações de diversas empresas japonesas, especialmente nos setores de turismo e varejo, sofreram quedas significativas durante as negociações na bolsa de valores. Por exemplo, a empresa de cosméticos Shiseido viu suas ações caírem 9%, enquanto o grupo de lojas Takashimaya e a Fast Retailing, que é dona da marca Uniqlo, registraram quedas de mais de 5% e 4%, respectivamente. Vale destacar que a China representa a maior parcela de turistas que visitam o Japão, e esse alerta pode impactar fortemente a economia japonesa.
No âmbito diplomático, as relações entre os dois países também ficaram mais tensas. Japão e China convocaram seus embaixadores para discutir a situação, e a China reforçou sua posição sobre Taiwan, que considera parte de seu território. Sanae Takaichi, que se encontrou recentemente com o líder chinês Xi Jinping durante uma cúpula da APEC, é conhecida por suas opiniões críticas sobre o aumento militar da China na região.
Para tentar apaziguar a situação, o diretor-geral do Escritório de Assuntos Asiáticos e Oceânicos do Japão, Masaaki Kanai, viajou para a China para discutir a questão. Seu objetivo é deixar claro que as declarações de Takaichi não alteram a posição tradicional do Japão em relação a Taiwan, que permanece a mesma, apesar das novas tensões.
O cenário é complexo e marcado por um histórico de desconfiança entre Japão e China, agravado por disputas territoriais e militares. As consequências econômicas e diplomáticas desse embate serão observadas com atenção, uma vez que ambos os países são importantes parceiros comerciais um do outro.