O documentário “Aprender a Sonhar”, dirigido pelo cineasta baiano Vítor Rocha, se destaca como um dos filmes brasileiros mais assistidos nos cinemas em 2025, ocupando a sétima posição no ranking de bilheteiras. A obra, que já foi premiada na Mostra Sesc de Cinema, foi exibida em 99 salas de cinema em 39 cidades brasileiras, mostrando a trajetória de jovens quilombolas, indígenas e de comunidades que ingressaram no ensino superior após a implementação da Lei de Cotas (12.711/2012).
Atualmente, “Aprender a Sonhar” continua em exibição no circuito Saladearte, em Salvador, onde já está na sua 12ª semana em cartaz. A estreia na capital baiana foi marcada por salas lotadas nos cinemas Cine Glauber Rocha, Cinema do Museu e Cine UFBA. O filme também foi selecionado para festivais internacionais em países como Alemanha, Índia, Nigéria, Brasil e Colômbia, evidenciando a força do cinema independente da Bahia e sua influência na produção audiovisual.
Vítor Rocha, enfrentando os desafios da distribuição e exibição no cinema independente, fundou sua própria distribuidora, a Abará Filmes, em 2021. A empresa já lançou cinco longas-metragens baianos em cinemas, na televisão e em plataformas de streaming. Entre os filmes distribuídos estão “Revoada”, “Brazyl”, e “Minha Cuba, Minha Máxima Cuba”.
“Aprender a Sonhar” teve um desempenho similar ao documentário “1798 Revolta dos Búzios”, também distribuído pela Abará, que foi o quinto documentário mais assistido nos cinemas em 2024. A distribuidora conseguiu levar esses filmes a 53 cidades em todas as regiões do país. Além disso, lançaram duas temporadas da série “Aprender a Sonhar” e a série “O Samba que Mora Aqui”, que foram exibidas em diversas TVs públicas, como TV Brasil e TV Cultura, assim como em canais fechados e plataformas de streaming.
O cineasta enfatiza a importância de expandir o acesso ao cinema nacional, defendendo que políticas públicas fortes e a regulamentação das plataformas de streaming são essenciais. Ele também ressalta que a falta de recursos, tanto para os ingressos quanto para o transporte, impede que muitas pessoas tenham acesso ao cinema. Rocha sugere a criação de um “vale cinema” para ajudar a população de baixa renda, promovendo a cultura e aquecendo o mercado cinematográfico no país.
Enquanto novas produções, incluindo animações e um novo longa-metragem, estão em andamento, Rocha acredita que a Bahia possui um enorme potencial a oferecer ao setor audiovisual, tanto nacional quanto internacionalmente.