Um imigrante afegão, identificado como Rahmanullah Lakanwal, é o principal suspeito de ter atirado contra dois membros da Guarda Nacional dos Estados Unidos. Informações sobre sua vida foram reveladas em alertas enviados ao Comitê Americano para Refugiados e Imigrantes, que mostram que Lakanwal vivia em um estado de “isolamento profundo”. Ele passava longos períodos sozinho em seu quarto e não mantinha comunicação com sua esposa e filhos, enfrentando dificuldades para conseguir e manter um emprego.
Um defensor da comunidade afegã expressou preocupação sobre o estado psicológico de Lakanwal, temendo que ele estivesse em um nível de depressão tão intenso que pudesse levar à automutilação. Esse defensor entrou em contato com a organização de apoio, relatando que Lakanwal não demonstrava sinais de que poderia causar violência a outras pessoas. De acordo com um email que foi enviado, ele não tinha sido funcional como pai e provedor desde março do ano passado e havia pedido demissão do trabalho, o que ocorreu em um período de mudanças drásticas em seu comportamento.
O email também mencionou que Lakanwal fazia viagens repentinas sem explicação, que se intensificaram com episódios conhecidos como “maníacos”. Durante esses períodos, ele pegava o carro da família e dirigia por longas distâncias. Além disso, foram observados momentos em que ele negligenciava os cuidados com os filhos, que não tomavam banho nem se alimentavam adequadamente quando sua companheira ia visitar parentes.
A organização de refugiados realizava visitas à família de Lakanwal, com a última registrada em março de 2024. Contudo, desde então, não houve mais atualizações sobre a situação, e ficaram com a impressão de que ele não aceitou a ajuda oferecida.
Após o ataque, o defensor da comunidade ficou surpreso ao ouvir sobre a violência, lembrando de momentos em que Lakanwal brincava com seus filhos. Ele está colaborando com o FBI nas investigações.
### O Ataque
Na quarta-feira, 26 de julho, dois membros da Guarda Nacional foram alvos de um ataque. Segundo Jeffrey Carroll, assistente executivo do Departamento de Polícia Metropolitana de Washington, o suspeito levantou uma arma de fogo e disparou contra os guardas. Uma das militares, identificada como Sarah Beckstrom, de 20 anos, faleceu no dia seguinte, enquanto o segundo militar permanece em estado grave.
Após o incidente, o atirador foi detido e ficou gravemente ferido. O ex-presidente Donald Trump comentou o caso, referindo-se ao suspeito de forma depreciativa e afirmando que ele “pagará um preço muito alto”. Ele também expressou apoio às forças da Guarda Nacional e policiais.
As autoridades esclareceram que não há indícios de outros suspeitos envolvidos no ataque. O único autor foi baleado durante a abordagem e encaminhado ao hospital para tratamento. O FBI, por sua vez, investiga o ataque como potencial ato terrorista e já examinou a residência do suspeito.
Até o momento, não se sabe qual foi a motivação para o ataque. A procuradora-geral Pam Bondi informou que o atirador enfrentará várias acusações, incluindo agressão com a intenção de causar dano e porte ilegal de arma, e a possibilidade de novas acusações pode surgir dependendo da condição dos guardas feridos.