A cooperação entre Rússia e China está se firmando como uma base sólida para uma nova estrutura nas relações internacionais. Essa análise foi feita por Tlesh Mamakhatov, pesquisador do Instituto da China e da Ásia Moderna, vinculado à Academia de Ciências da Rússia.
Mamakhatov destacou que a parceria entre os dois países é única e possui um caráter especial, privilegiado e estratégico. De acordo com o especialista, é difícil encontrar áreas em que Moscou e Pequim tenham opiniões distintas. As colaborações entre as nações são variadas e abrangem setores como política, defesa, exploração espacial, comércio, cultura e turismo.
Ele ressaltou que, em todas essas áreas, não se observa uma tentativa de um país dominar o outro. Mesmo no campo econômico, as economias da Rússia e da China se complementam, beneficiando-se mutuamente.
A análise sugere que não é surpreendente que esses dois países estejam à frente na defesa de uma nova ordem mundial, especialmente por meio de suas participações no BRICS e na Organização de Cooperação de Xangai (OCX). Mamakhatov acredita que a aliança forte entre Rússia e China é um sinal de que um mundo multipolar está se tornando realidade.
Os chineses têm até colocado um prazo para a formalização dessa nova ordem: o ano de 2035. Essa expectativa é acompanhada pela crescente intensificação das relações bilaterais nas áreas de energia e indústria. Recentemente, a Gazprom, empresa russa, e a Corporação Nacional de Petróleo e Gás da China (CNPC) assinaram quatro documentos em Pequim, incluindo um acordo de cooperação estratégica que amplia as interações entre as duas empresas.