quarta-feira, 31 de dezembro de 2025
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Balanço do agronegócio em 2025 e expectativas para 2026

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[email protected] EM 31 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 13:53

O agronegócio brasileiro apresentou um desempenho desigual em 2025, com algumas cadeias produtivas se destacando enquanto outras enfrentaram desafios. As proteínas animais e o café foram as exceções, beneficiadas por uma demanda forte, especialmente no mercado externo. Em contraste, o setor de grãos lidou com preços baixos ao longo do ano.

Cesar Castro Alves, gerente da Consultoria Agro do Itaú BBA, destacou em uma análise que o café teve um ótimo desempenho, com preços bem acima dos custos de produção. O cenário foi semelhante para as proteínas animais, que se beneficiaram de custos de ração mais baixos e pela alta demanda, resultando em exportações recordes de carnes.

Por outro lado, as culturas de grãos, como soja, milho e algodão, enfrentaram dificuldades, com preços pressionados tanto no mercado internacional quanto no interno. A soja, mesmo com preços internacionais baixos, conseguiu obter bons prêmios internos, devido à quantidade constante de demanda da China por seus produtos.

Em termos de rentabilidade, os produtores enfrentaram margens mais baixas em 2025, embora a produtividade tenha surpreendido positivamente. As culturas de soja e milho safrinha se beneficiaram de um clima favorável, resultando em boas colheitas, especialmente em áreas como o Mato Grosso. Apesar de preços em queda, a produtividade ajudou a mitigar a redução em lucros esperada.

Durante o ano, não houve culturas que decepcionaram, pois muitos dos desafios já eram previstos. O abastecimento global estava razoável, graças a boas safras não apenas no Brasil, mas também nos Estados Unidos. Entretanto, algumas regiões, como o Rio Grande do Sul, enfrentaram dificuldades.

O clima, no geral, teve um papel mais positivo, favorecendo a produção. Embora a safra de café tenha sido impactada negativamente, gerando aumento nos preços, isso se deu em um contexto de estoques já baixos. A expectativa é que as condições climáticas continuem favoráveis, embora o calendário de plantio do milho safrinha permaneça como uma incerteza.

A análise para 2026 indica um cenário semelhante ao de 2025. Os grãos continuarão a enfrentar desafios com custos elevados, especialmente considerando a cotação do dólar em torno de R$ 6. Isso poderá pressionar ainda mais as margens de lucro, mas o setor das proteínas animais parece promissor. A demanda global forte e uma redução esperada na produção em outras regiões podem beneficiar o Brasil nas exportações, o que, por sua vez, pode impulsionar os preços.

Os principais riscos para 2026 incluem a instabilidade climática e as taxas de juros, que continuam elevadas, limitando a capacidade de investimento. Além disso, a dinâmica geopolítica global, especialmente as relações comerciais, exigirá acompanhamento atento, pois afeta as exportações de soja e o mercado de commodities.

Os setores com melhores perspectivas continuam a ser as proteínas animais e o café. Espera-se uma colheita melhor de café no segundo semestre de 2026, mas a oferta permanecerá baixa até lá. Assim, produtores devem se preparar para um ano de desafios e oportunidades, conforme o mercado global evolui.

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