Marcílio Moraes, autor da novela “Mico Preto”, que será disponibilizada no Globoplay na próxima segunda-feira, dia 22, relembrou os desafios enfrentados durante a produção da trama, que foi ao ar em 1990. A novela, escrita em parceria com Euclydes Marinho e Leonor Bassères, teve uma recepção tumultuada nos bastidores.
Em uma entrevista, Moraes contou que apesar de ter uma audiência razoável, a novela sofreu críticas intensas, inclusive de alguns atores que, insatisfeitos com seus papéis, chegavam a culpar o autor pelas dificuldades enfrentadas. Segundo ele, essa insatisfação se intensificou por conta de rivalidades dentro da produção. Moraes comentou que sua falta de experiência na época dificultou ainda mais a situação, pois ele enfrentou um cenário de disputas pelo controle da direção de dramaturgia da emissora.
O autor afirmou que, em meio a esse ambiente conturbado, começou a sentir que estava sendo boicotado por parte da equipe, o que acabou influenciando seu trabalho. “A parte da produção que estava contra mim não se comunicava”, relatou. Essa situação o deixou frustrado a ponto de, durante a novela, ele mesmo ter decidido afrouxar o controle sobre a história. “Cheguei a deixar os episódios correrem, não fiz mais as escaletas, e por isso a novela acabou se perdendo”, disse, ressaltando que até o diretor começou a improvisar.
Com essa revelação, Moraes mostra como as dificuldades nos bastidores podem impactar diretamente a qualidade de uma produção, trazendo à tona as complexidades de se trabalhar em uma emissora de televisão. A estreia de “Mico Preto” no Globoplay traz à memória não apenas a trama em si, mas também os desafios enfrentados pelo seu autor.