quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
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Trump libera venda de chips da Nvidia para China e preocupa setores

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[email protected] EM 10 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 01:24

Críticos à política da China nos Estados Unidos expressaram preocupação após a decisão do governo de Donald Trump de permitir a venda do chip H200, um dos mais avançados em inteligência artificial, para o país asiático. O anúncio foi feito em uma rede social, onde Trump também informou que os EUA aplicarão uma taxa de 25% sobre essas vendas, e que empresas como AMD e Intel poderão comercializar microprocessadores semelhantes para a China.

Brad Carson, ex-subsecretário do Exército dos EUA, criticou a decisão, alegando que ela compromete a vantagem competitiva dos Estados Unidos, afirmando que isso possibilitará que a China potencialmente utilize a tecnologia adquirida em suas forças armadas. Segundo ele, o mundo poderá lamentar essa escolha no futuro.

Esta mudança representa um afastamento significativo da postura do anterior mandato de Trump, que se opôs fortemente ao acesso da China a tecnologias americanas, alegando que Pequim roubava propriedade intelectual e usava a tecnologia para fortalecer suas forças armadas, o que a China nega.

Atualmente, a administração de Trump, comandada por David Sacks, o “czar” de IA da Casa Branca, defende que permitir a venda dos chips de IA para a China pode desencorajar concorrentes como a Huawei, forçando-os a se esforçar ainda mais para alcançar os designs avançados da Nvidia e da AMD. Em um evento realizado em janeiro, Sacks alertou que se, em cinco anos, chips de IA da Huawei estivessem amplamente disponíveis, isso seria sinal de que os Estados Unidos perderam competitividade.

Entretanto, muitos em Washington têm uma visão divergente. Stewart Baker, ex-funcionário da Segurança Interna e da Agência de Segurança Nacional, acredita que é uma ilusão pensar que os EUA podem manter a China dependente dos chips americanos ao permitir a venda do H200. Ele argumenta que a China continuará a desenvolver sua própria indústria de chips com o objetivo de se tornar independente da tecnologia americana.

Saif Khan, que foi diretor de Tecnologia e Segurança Nacional no Conselho de Segurança Nacional sob a administração de Joe Biden, também compartilha dessa preocupação, afirmando que tal decisão pode ameaçar as vantagens que os EUA possuem na área de inteligência artificial e beneficiar a modernização militar da China.

Por outro lado, há especialistas que consideram o impacto da decisão mais restrito. James Mulvenon, linguista e especialista militar, observa que o governo da China já demonstrou que não pretende depender da Nvidia ou de qualquer tecnologia ocidental a longo prazo. Assim, ele acredita que quaisquer benefícios resultantes da venda do H200 serão temporários.

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