União Europeia Proíbe Importações de Gás Natural da Rússia
Na quarta-feira, 3 de outubro, os países membros da União Europeia e o Parlamento Europeu chegaram a um consenso importante: a proibição de todas as importações de gás natural proveniente da Rússia, que entrará em vigor a partir do segundo semestre de 2027. Essa medida visa cortar uma das principais fontes de receita do governo russo, especialmente em um momento de crescente tensão devido à invasão da Ucrânia, que completa quatro anos em fevereiro de 2026.
O acordo determina que contratos de longo prazo para gás natural transportado por gasodutos não serão mais permitidos a partir de 30 de setembro de 2027, embora possa haver uma prorrogação para 1º de novembro, caso os estoques estejam adequados. Para os contratos de gás natural liquefeito (GNL), a proibição entrará em vigor um pouco antes, em 1º de janeiro de 2027. Já os contratos de curto prazo terão suas restrições iniciadas em 25 de abril de 2026 para GNL e em 17 de junho do mesmo ano para o gás transportado via gasoduto.
Dan Jorgensen, comissário de Energia da União Europeia, expressou satisfação com a decisão, afirmando que o bloco finalmente está encerrando sua dependência do gás russo. Ele ressaltou que essa mudança é definitiva. Por sua vez, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, qualificou o dia como “histórico” e afirmou que a União Europeia agora está preparada para buscar colaborações com novos parceiros de energia, considerados mais confiáveis.
Entretanto, o governo russo reagiu à decisão, informando que a União Europeia terá que buscar gás de outros fornecedores com preços mais altos, o que poderia prejudicar a competitividade econômica do bloco. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alertou que essa situação poderia intensificar a tendência de declínio da economia europeia.
Vale destacar que a dependência do gás russo pelas nações da União Europeia diminuiu significativamente, passando de 45% em 2021 para cerca de 19% em 2024. No entanto, mesmo com essa redução, as exportações de gás natural da Rússia para a UE ainda devem gerar cerca de 15 bilhões de euros, ou aproximadamente R$ 93 bilhões, ao longo deste ano.