Desde outubro, cerca de nove milhões de aves foram abatidas na América do Norte e na Europa devido ao surto de gripe aviária. A situação é especialmente grave nos Estados Unidos, Canadá e Alemanha, que enfrentam infecções tanto em granjas quanto em aves selvagens. Especialistas alertam que, apesar de até agora não haver risco significativo de contágio para humanos, a falta de controle no manejo dos surtos pode levar a mutações do vírus.
Em 2025, um caso isolado de infecção por gripe aviária resultou na morte de um homem nos Estados Unidos, mas, conforme as autoridades, a transmissão entre humanos em larga escala não ocorreu, o que limita o risco de uma nova pandemia. No entanto, a doença tem causado um impacto severo na vida animal. Gregorio Torres, coordenador na Organização Mundial da Saúde Animal, destacou que a crise não afeta apenas as aves domésticas, mas também a fauna selvagem.
De acordo com informações recentes, a onda atual de gripe aviária é provocada principalmente pelo vírus H5N1, que não só atingiu aves, mas também espécies de gado, porcos, gatos e cães. O vírus é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde Animal como uma grande ameaça à biodiversidade, especialmente o subtipo 2.3.4.4b, responsável pela maior parte das infecções.
O vírus da gripe aviária de alta patogenicidade, que pode ser devastador para aves, já foi identificado em todos os continentes. Recentemente, autoridades australianas confirmaram que a doença chegou à remota Ilha de Heard, afetando até elefantes-marinhos. O setor avícola, um dos mais afetados, está enfrentando dificuldades, como evidenciado pela decisão de agricultores alemães de abater mais de um milhão de aves após a chegada precoce da gripe, que se espalhou por aves migratórias.
Essas aves migratórias são fundamentais na disseminação do vírus, uma vez que, ao migrar, podem entrar em contato com aves locais, aumentando o risco de contágio. A presença do vírus tem mostrado capacidade de mutação, podendo infectar diversas espécies. Especialistas recomendam a implementação de medidas rigorosas de biossegurança para prevenir a propagação da gripe aviária, como monitoramento e testes contínuos.
Manter um controle rigoroso nas granjas e áreas de criação é essencial para minimizar o risco de novas infecções. Caso as infecções entre animais continuem, cresce o perigo de o vírus sofrer mutações que facilitem a transmissão para os humanos.
A parceria entre países e a transparência na comunicação são fundamentais, já que aves não conhecem fronteiras. Portanto, o compartilhamento de informações é vital para proteger tanto a saúde animal quanto a humana.