terça-feira, 02 de dezembro de 2025
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China supera Rússia e se torna maior fornecedora de fertilizantes ao Brasil

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[email protected] EM 2 DE DEZEMBRO DE 2025, ÀS 04:57

Mudanças nas Importações de Fertilizantes e Agroquímicos no Brasil

As relações comerciais no setor agropecuário entre o Brasil e a China estão passando por transformações significativas. O mercado chinês continua sendo o destino principal para as exportações brasileiras, mas, ao mesmo tempo, o Brasil está aumentando suas importações de produtos agropecuários da China.

Até outubro deste ano, as importações brasileiras do agronegócio da China alcançaram US$ 6,1 bilhões, o que representa um crescimento de 24% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Esse aumento reflete uma mudança no perfil dos fornecedores, especialmente notável nas compras de fertilizantes.

Pela primeira vez, a China ultrapassou a Rússia como o maior fornecedor de fertilizantes para o Brasil, no que diz respeito ao volume. De janeiro a outubro, o Brasil importou 9,77 milhões de toneladas de adubos chineses, um número ligeiramente superior aos 9,72 milhões de toneladas importadas da Rússia. O crescimento das compras de fertilizantes da China foi de impressionantes 51% em relação ao ano passado, enquanto as importações da Rússia cresceram apenas 5,6%.

Os principais produtos em destaque nas importações brasileiras são o sulfato de amônio, proveniente da China, e o cloreto de potássio, que continua sendo fornecido pela Rússia. Juntos, esses dois países representam cerca de 50% do volume total de adubos importados pelo Brasil.

De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, as compras de sulfato de amônio estão surpreendendo positivamente neste ano. Por outro lado, as importações de potássicos, afetadas por uma baixa sazonalidade, perderam força. Nos primeiros dez meses do ano, o total de fertilizantes importados pelo Brasil foi de 38,3 milhões de toneladas, um aumento de 4,6% em relação ao mesmo período de 2024. Nesse cenário, os gastos subiram para US$ 13,2 bilhões, marcando um aumento de 16%.

Além dos fertilizantes, as importações de agroquímicos, que incluem inseticidas e herbicidas, também subiram. Até outubro, o Brasil importou 863 mil toneladas, com gastos de US$ 4,67 bilhões. O volume importado teve um aumento de 33%, enquanto os gastos cresceram 21%. Desses, a China forneceu cerca de 70%, seguida pela Índia, com 11%.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil indicou que não há expectativa de aumento nos preços dos fosfatados. Isso se deve à fraqueza na demanda de países como o Brasil, a Índia e os Estados Unidos. Já os preços dos potássicos estão estáveis, devido à falta de compradores na China e ao excesso de estoques no Brasil e nos Estados Unidos. Por outro lado, o mercado de nitrogenados demonstra maior volatilidade, com a China aumentando a oferta e a Índia entrando como compradora.

No mercado brasileiro, os preços dos fertilizantes em outubro estão em queda em relação ao mês anterior, embora ainda sejam mais altos do que no mesmo período do ano passado. A relação de troca para produtos como soja, milho e café melhorou, mas para o algodão, a situação é preocupante devido à queda dos preços da fibra e aos custos elevados dos fosfatados.

Por fim, a demanda por fertilizantes permanece forte. Até agosto, foram entregues 30,5 milhões de toneladas, representando um aumento de 9% em comparação a 2024. As expectativas apontam para um novo recorde de compras este ano, que deverá ser ainda maior em 2026, impulsionado por um aumento nas áreas cultivadas e investimentos dos produtores.

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