Em um desenho animado famoso, um caçador na selva africana se aproximou de um rabo que acreditava ser de um gato. Com cautela, ele se aproximou para não assustar o animal. No entanto, ao puxar o rabo, ficou surpreso ao descobrir que era um tigre feroz, transformando-se de caçador em caça.
Essa narrativa ilustra o que muitos estão vivenciando atualmente, especialmente na relação entre os Estados Unidos e a China. O ex-presidente americano Donald Trump confrontou a China, pensando que estava lidando com um adversário fraco, mas logo percebeu que estava diante de uma potência muito mais robusta.
O cientista político Henry Farrell, da Universidade Johns Hopkins, destaca que os Estados Unidos agora compreendem que a China representa uma ameaça significativa para sua economia. A nação asiática aprendeu a adotar estratégias que, em alguns casos, superam as táticas dos americanos.
Desde 2018, os Estados Unidos tentaram bloquear componentes essenciais para o desenvolvimento de inteligência artificial na China. No entanto, o governo chinês reagiu rapidamente, criando soluções que diminuem sua dependência de chips americanos. Para complicar ainda mais a situação, a China restringiu a exportação de “terras raras”, matérias-primas nas quais possui quase um monopólio mundial. Essa situação coloca os Estados Unidos em uma posição desvantajosa no cenário global.
Assim, mais uma vez, o caçador se decepcionou ao subestimar a presa. O que parecia um gato se revelou um tigre. Essa situação nos mostra que o melhor negociador é aquele que nunca menospreza seu adversário, enquanto subestimar pode levar a erros graves, como aconteceu com Trump. Quando a força bruta não se mostra eficaz, a dinâmica da disputa se transforma, revelando que a fraqueza pode estar naqueles que confiam apenas na imposição da força.