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Soja brasileira segue competitiva após acordo EUA-China

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[email protected] EM 3 DE NOVEMBRO DE 2025, ÀS 15:54

A produção agropecuária do país apresentou uma leve queda de 0,7% nas emissões de gases de efeito estufa em 2024, de acordo com dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG). Este relatório foi divulgado na última segunda-feira. Essa diminuição é notável após cinco anos seguidos de aumento nas emissões. O cenário atual é influenciado por fatores como variações nos preços das commodities agrícolas, melhorias na produtividade – especialmente na criação de gado leiteiro – e condições climáticas que impactam a agricultura.

Em 2024, o setor agropecuário foi responsável por 29% das emissões totais do país, o que equivale a 626 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO₂e). A maior parte dessas emissões vem da pecuária. Comparado a 2023, quando as emissões atingiram cerca de 631 milhões de toneladas, a queda se deve a diversos fatores econômicos e produtivos.

Uma das razões para essa diminuição foi a redução de 0,2% no número de bovinos. Destaca-se que a diminuição no rebanho de gado leiteiro foi mais significativa do que no de corte. Curiosamente, mesmo com essa queda, a produção de leite atingiu recordes em 2024, indicando que houve melhorias nos métodos de produção. Para o gado de corte, a redução está associada ao aumento no número de abates, incluindo fêmeas e novilhas, conforme dados do IBGE.

Além disso, houve um aumento de 11% na prática de confinamento, que ajuda a reduzir a emissão de metano devido a uma dieta mais eficiente, contribuindo para uma melhor digestão dos animais. O metano é um gás de efeito estufa mais potente que o CO₂, impactando o clima de forma significativa em um período de cem anos. Segundo a analista Priscila Alves, o uso de melhoramento genético e dietas adequadas ajuda a acelerar o crescimento dos animais, resultando em um ciclo de vida mais curto e menores emissões associadas à fermentação entérica.

No que diz respeito à agricultura, diversos fatores desempenharam um papel na queda das emissões, especialmente nas emissões de solos manejados. Isso inclui a redução no uso de fertilizantes sintéticos nitrogenados e calcário, além de uma produção menor que a esperada de algumas culturas, como o milho. A especialista alerta que, embora haja sinais de progresso, o setor agropecuário ainda tem um grande potencial para contribuir com a mitigação das mudanças climáticas e à necessidade de expandir boas práticas agrícolas.

Em termos de políticas públicas, é essencial oferecer ajuda técnica aos produtores e facilitar o acesso a crédito para práticas mais sustentáveis e responsáveis. Também é importante contabilizar a capacidade da agropecuária de acumular carbono no solo, por meio de técnicas como plantio direto e sistemas integrados de manejo. Em 2024, as ações de mitigação realizadas no solo agrícola aumentaram de 271 milhões para 281 milhões de toneladas de CO₂, porém ainda não estão refletidas nos inventários nacionais de emissões.

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