A partir de setembro, os turistas que visitarem Lisboa terão de pagar uma taxa turística de 4 euros, o dobro do valor atual. A medida, aprovada na passada sexta-feira pela Câmara Municipal de Lisboa, marca uma mudança significativa na política turística da cidade e na posição do presidente da autarquia, Carlos Moedas.
Em maio de 2021, antes de ser eleito, Moedas sugeria reduzir a taxa “para ganhar competitividade”. Hoje, justifica o aumento com as mudanças no contexto da cidade. “O dinheiro vai ser usado em limpeza, espaços verdes e cultura”, garantiu o autarca, respondendo às preocupações levantadas pela vereação socialista sobre a possível utilização dos fundos para equilibrar as contas da autarquia.
A decisão foi aprovada com o voto contra do PCP, enquanto as principais associações do setor turístico contestam a medida. No entanto, para os mais de 8 milhões de turistas que visitam anualmente a capital portuguesa, o aumento poderá não representar um impacto significativo nos seus orçamentos de viagem.
O setor do turismo em Portugal tem registado um crescimento notável. Só nos primeiros dois meses de 2024, contribuiu com mais de 500 milhões de euros para a economia nacional. Depois de um ano de 2023 recorde, os especialistas preveem que 2024 siga o mesmo caminho ascendente.
Esta nova taxa surge num momento de prosperidade para o turismo lisboeta, mas também de crescentes desafios urbanos. A promessa de Moedas de canalizar os fundos adicionais para melhorias na cidade poderá ser crucial para manter o equilíbrio entre o crescimento turístico e a qualidade de vida dos residentes.
Resta saber se esta medida conseguirá conciliar as necessidades da cidade com a manutenção da atratividade turística de Lisboa, um desafio que só o tempo poderá avaliar.