A União Europeia (UE) decidiu proibir a venda de batatas fritas com sabor a presunto e outros alimentos com aromas fumados devido aos riscos à saúde associados a certos aditivos. A decisão, tomada pelos 27 Estados-membros, visa eliminar oito aditivos alimentares prejudiciais identificados pela Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (AESA) como potencialmente genotóxicos, ou seja, capazes de danificar o material genético das células.
A proibição surgiu após uma avaliação aprofundada dos aditivos que conferem o sabor fumado, comuns em produtos como batatas fritas, presunto, bacon, salmão e queijo cheddar fumado. Estudos mostraram que estes aditivos podem causar mutações genéticas, aumentando o risco de cancro e outras doenças hereditárias. A medida tem como objetivo principal proteger a saúde dos cidadãos europeus, removendo estas substâncias dos alimentos.
A indústria alimentar europeia enfrenta agora o desafio de reformular muitos dos seus produtos. A proibição será implementada em fases, começando com a remoção dos aditivos de produtos como sopas, molhos com sabor a churrasco, bebidas, gelados e produtos de confeitaria nos primeiros dois anos. Esta abordagem gradual visa minimizar o impacto económico e permitir que as empresas se adaptem às novas regulamentações.
Wim Mennes, da AESA, destacou a importância da medida para a saúde pública, sublinhando os perigos da genotoxicidade. Os aditivos envolvidos incluem substâncias como o Zesti Smoke Código 10 (SF-002) e o FumoKomp (SF-009), que até agora eram usados amplamente como intensificadores de sabor.
A preocupação com os aditivos alimentares não é nova. Desde 2009, a AESA tem avaliado periodicamente a segurança destes compostos, e várias análises anteriores já haviam levantado preocupações. No entanto, a pressão da indústria alimentar atrasou ações mais drásticas até recentemente, quando a reavaliação confirmou os riscos significativos à saúde.
A proibição das batatas fritas com sabor a presunto e outros alimentos com aromas fumados marca um passo importante na proteção da saúde pública na UE. Espera-se que as empresas desenvolvam novas formulações sem os aditivos perigosos, e a AESA continuará a monitorizar a segurança alimentar para garantir que os produtos no mercado sejam seguros para os consumidores. Os próximos anos serão cruciais para avaliar o impacto total desta medida e a adaptação da indústria alimentar europeia às novas regulamentações.