A novela “Tudo por Uma Segunda Chance” estreia como a primeira produção vertical da Globo, um formato que já vem sendo explorado tanto no país quanto internacionalmente. A decisão da emissora de investir nesse modelo foi impulsionada pelo sucesso da novela “A Vida Secreta do Meu Marido Bilionário”, lançada em 2024 e protagonizada por Jessika Alves.
Com a estreia ocorrendo nesta terça-feira, 25, a nova produção digital oferece o que a Globo já se consolidou em fazer: ambientes bem elaborados, um elenco talentoso e uma trilha sonora impactante, fatores que buscam prender a atenção do público. A narrativa é apresentada em um ritmo acelerado, o que é fundamental uma vez que a novela foi elaborada para um público jovem que está acostumado a conteúdos rápidos, como vídeos de curta duração.
Um dos destaques da trama é Jade Picon, influenciadora digital de grande notoriedade, que assume o papel da vilã. Após receber críticas em sua atuação anterior na novela “Travessia”, Jade mostra evolução, se apresentando mais confiante em sua nova personagem. Ela se destaca não só pela beleza, mas por estar comprometida em aprimorar suas habilidades de atuação. Um dos momentos marcantes dos primeiros episódios é o bordão “Bebe, lacraia, bebe”, que promete ficar na memória do público.
A estrutura da novela é composta por 50 capítulos, cada um variando entre 2 e 3 minutos, permitindo também que núcleos secundários sejam bem explorados. Essa abordagem é um diferencial, já que outros projetos no mesmo estilo apresentaram problemas em dar voz a outros personagens além dos protagonistas.
Entre os atores que retornam à telinha estão nomes como Marcos Winter, Leonardo Brício, Vanessa Gerbelli e Beth Goulart, que se aventuram neste novo formato.
Por outro lado, a novela apresenta alguns desafios. Apesar de sua aposta em aspectos técnicos e produção, o roteiro não se destaca, apresentando diálogos fracos e abordagens simplistas. Um exemplo citado é a cena em que a personagem Paula, interpretada por Débora Ozório, tem sua taça de espumante retirada, o que é visto como uma solução preguiçosa que diminui a tensão dramática.
O público está atento e exige narrativas que façam sentido, e uma crítica ao texto é a falta de lógica que pode, eventualmente, afastar o espectador que busca algo mais elaborado. Caio Dominguez, CEO de uma empresa de marketing, exemplifica a necessidade de as produções testarem narrativas e formatos de maneira mais coerente.
No geral, “Tudo por Uma Segunda Chance” possui potencial para se conectar com o público, oferecendo visuais atraentes e um ritmo dinâmico, mas ainda carece de um roteiro que esteja à altura de suas ambições e do formato inovador ao qual se propõe.