A Amazônia, frequentemente chamada de “pulmão do mundo”, desempenha um papel essencial no equilíbrio climático global. Por esse motivo, ela se torna um importante ativo nas relações diplomáticas do Brasil. A participação do país em debates e negociações sobre questões ambientais é fundamental para discutir o futuro da humanidade. Assim, a COP30, que acontecerá em Belém do Pará, se destaca como uma prioridade na política externa do governo Lula.
Recentemente, foi anunciado que os Estados Unidos não enviarão representantes de alto nível para a COP30. Essa decisão não surpreende, especialmente após o discurso do ex-presidente Donald Trump na Assembleia Geral da ONU, onde expressou ceticismo em relação à agenda ambiental. Trump negou a existência do aquecimento global e chamou o investimento em energias verdes de uma “farsa”, alegando que isso poderia levar os países à falência.
Enquanto os Estados Unidos, segundo maior emissor de gases de efeito estufa do planeta, se afastam da agenda climática, a China, o maior emissor, tem demonstrado um compromisso com a questão ambiental. O 13º Plano Quinquenal (2016-2020) da China já indicava uma intenção de reduzir as emissões de carbono e participar ativamente da governança climática global. O 14º Plano Quinquenal (2021-2025) apareceu com metas claras, como alcançar o pico de emissões até 2030 e a neutralidade de carbono até 2060. Essas metas foram reafirmadas nas diretrizes do Partido Comunista da China para o próximo plano.
A proteção ambiental é um dos cinco pilares do chamado Plano Integrado de Cinco Esferas, que foi aprovado no 18º Congresso Nacional do Partido Comunista em 2012. Essa decisão representou uma mudança significativa na gestão do país, colocando o meio ambiente em um mesmo nível de importância que outras áreas do planejamento estatal. O conceito de “civilização ecológica” surgiu desse novo enfoque, representando uma ideia onde o progresso humano e o equilíbrio ambiental devem coexistir.
Essa visão não é apenas um ponto de vista ambientalista, mas sim uma proposta política que busca integrar o desenvolvimento sustentável à Constituição da China, após uma reforma realizada em 2018. Essa proposta é apoiada pela Iniciativa Bela China, que visa promover modos de vida e indústrias mais sustentáveis.
Para a COP30, o ideal seria ver os dois maiores poluidores do mundo comprometidos com a preservação ambiental. No entanto, é preferível que um deles atue de forma positiva, ao invés de ambos se manterem em posturas defensivas, o que não seria benéfico para o futuro do planeta.